1 em cada 5 sobreviventes de meningite fica com sequelas graves 2486

Com o objetivo de sensibilizar para a importância da prevenção da meningite meningocócica, a GSK-GlaxoSmithKline, acaba de lançar o documentário “Prevenir a Meningite – Por uma vida inteira pela frente”. O projeto conta com testemunhos reais de quem viveu a meningite na primeira pessoa e deixa um alerta: um em cada cinco sobreviventes fica com sequelas graves1,2,3,4 (ortopédicas, sensoriais, sistémicas, neurológicas e cognitivas).

O documentário (disponível em https://youtu.be/xey4IHQhtxg) inclui depoimentos de seis especialistas médicos, uma mãe de uma criança sobrevivente de meningite e Lenine Cunha, atleta paralímpico e também sobrevivente de meningite, entre outros testemunhos, que sublinham a gravidade da meningite e a importância da prevenção nas diferentes faixas etárias, para proporcionar uma vida inteira pela frente.

A meningite é a inflamação das meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinal, sendo provocada maioritariamente por vírus e bactérias, mas também por fungos ou parasitas.5,6 O Dr. Hugo Rodrigues, pediatra e autor do blog “Pediatria para todos”, esclarece: “A meningite meningocócica, uma infeção bacteriana das meninges e da espinal medula, embora seja uma doença pouco frequente, pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade. É uma infeção muito grave e que pode evoluir de sintomas inespecíficos até à morte em apenas 24h”.

“A doença meningocócica transmite-se através do contacto direto com gotículas e secreções nasais favorecidas pela tosse, espirros, beijos e pela proximidade física. Uma doença que, numa fase inicial (primeiras 4-8horas), apresenta sinais e sintomas poucos específicos e que podem ser semelhantes a uma gripe, o que pode gerar despreocupação para uma situação clínica que pode atingir quadros muito graves”, reforça ainda o Dr. Hugo Rodrigues.

Em Portugal, no ano de 2018 (data do último relatório), 70% dos casos foram causados pelo serogrupo B, à semelhança do que se passa no resto da Europa.7,8 Apesar da infeção não escolher idades, as crianças em idade escolar e os adolescentes são um grupo de risco que exige atenção e preocupação, visto que um em cada quatro adolescentes pode ser portador assintomático da bactéria Neisseria meningitidis, tornando-se, assim, potencial transmissor para as restantes pessoas com quem convive.9

Sobre a meningite meningocócica
A meningite meningocócica apresenta sintomas iniciais pouco específicos, semelhantes a uma gripe, o que pode motivar uma procura mais tardia de assistência médica, atrasando o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento, com consequências, por vezes, irreversíveis. A doença meningocócica, embora seja uma doença pouco frequente, pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, sendo que os recém-nascidos, crianças, adolescentes e idosos são os que estão em maior risco.2, 7, 9,10,11

Referências:
1. WHO. Newsroom. Fact sheets. Detail. Meningococcal meningites. Disponível aqui
2. Meningitis Research Foundation. After effects. Disponível aqui
3. Viner RM et al. Lancet Neurol 2012;11:774‒783
4. Diário da República, 2ª série – PARTE C. SAÚDE – Gabinete do Secretário de Estado da Saúde. Despacho nº12434/2019. Disponível aqui
5. Meningitis Research Foundation. What are meningitis and septicaemia? Disponível aqui
6. World Health Organization. WHO. Newsroom. Facts Sheets. Detail. Meningococcal meningitis. Disponível aqui
7. Simões MJ. Doença Meningocócica Invasiva em Portugal: vigilância epidemiológica (2003 a 2018). INSA, 2019. Disponível em: http://repositorio.insa.pt/bitstream/10400.18/6423/1/DIM%20em%20Pt_atualizado.pdf
8. 6. European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC). Invasive meningococcal disease. In: ECDC. Annual epidemiological report for 2017. Stockholm: ECDC, 2019
9. 12MacLennan J, Kadatos G, Neal K, et al; United Kingdom Meningococcal Carriage Group. Social Behaviour and meningococcal carriage in British Teenagers. Emerg Infect Dis. 2006; 12(6):950-957
10. Centers for Disease Control and Prevention. Meningococcal Disease: About the Disease – Diagnosis, Treatment, and Complications. Disponível aqui
11. Comissão de vacinas SIP-SPP. Recomendações sobre vacinas extra Programa Nacional de Vacinação (PNV). Setembro 2020.