2.ª edição DVC Summit: evento multidisciplinar permitiu experienciar a prática clínica no tratamento da DVC 207

Decorreu recentemente a segunda edição do DVC Summit, um encontro online organizado pela Servier Portugal, multidisciplinar, que juntou mais de 240 especialistas de Medicina Geral e Familiar, Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular para debater em conjunto a abordagem terapêutica da Doença Venosa Crónica (DVC).

Dividido em dois momentos, o DVC Summit teve por objetivo juntar profissionais de saúde na discussão da DVC que, em Portugal, afeta 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos.

Na primeira parte, decorreram em simultâneo duas sessões, de acordo com a especialidade, com Ruth Almeida, especialista em Medicina Geral e Familiar (MGF), a orientar a sessão “O papel da MGF no tratamento da DVC”, enquanto, na outra sala virtual, Roger Rodrigues, especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, abordou o tema “Intervencionar um doente com DVC”.

Na segunda parte, decorreu uma discussão entre os palestrantes, com o objetivo de alinhar sinergias entre especialidades num doente com DVC. Teve como ponto de partida o caso clínico de uma doente diagnosticada pela Medicina Geral e Familiar, referenciada para Cirurgia Vascular e consequente seguimento pela MGF. Ao longo deste caso clínico, a audiência foi convidada a interagir ao responder a algumas questões através do sistema de televoto.

Em relação à terapêutica, e sendo esta doença crónica e progressiva, foi referido que o papel dos médicos é atrasar essa progressão. O objetivo é evitar que evolua para estádios mais avançados que retiram grande parte da qualidade de vida dos doentes. Para isso, é necessário medicar e os venoativos têm um papel indispensável ao longo de toda a vida.

Também foi salientada a importância da interação entre ambas as especialidades. São fundamentais todas as informações que o MGF disponibiliza ao cirurgião vascular quando referencia um utente, porque são relevantes e ajudam a uma triagem mais rápida.

No final do evento, e para concluir, Ruth Almeida referiu que «o peso psicológico das sequelas mais graves desta doença tem um forte impacto não só para a vida do utente, com alterações negativas na qualidade de vida, como também a nível socioeconómico porque implicam consultas, medicação e tratamento».

Roger Rodrigues terminou a sua participação destacando a importância da MGF na prevenção, ao considerar que «é um pilar fundamental para o tratamento da DVC porque é nesta especialidade que começa e termina todo o processo e onde o doente é referenciado para cirurgia». Mais ainda, referiu «a necessidade de avaliar o doente como “único” e para isso é preciso adaptar todas as medidas, não seguir apenas guidelines, mas tratar os doentes de forma individualizada».