2014: Ébola e legionella dominaram a atenção da saúde 10 de dezembro de 2014 O vírus do Ébola e a bactéria legionella colocaram a Saúde no centro das atenções mediáticas, com os constrangimentos financeiros, as reivindicações dos profissionais e o combate à fraude a marcarem a restante agenda do setor em 2014. O atual surto de Ébola começou em fevereiro na África Ocidental, tendo causado desde então mais de 5.000 mortos na Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar o estado de emergência de Saúde Pública de âmbito internacional. No seguimento desta posição da OMS, Portugal criou, em outubro deste ano, segundo a “Lusa”, a Plataforma de Resposta à Doença por Vírus Ébola, com o objetivo de «detetar precocemente casos importados, impedir ou minimizar a ocorrência de casos secundários e de cadeias de transmissão da doença, bem como definir, divulgar e operacionalizar um plano de resposta, com orientações e protocolos de atuação». Sem casos de Ébola em Portugal, foi a bactéria legionella que obrigou a saúde pública a intervir, num surto que começou a 07 de novembro numa torre de arrefecimento da empresa Adubos de Portugal, no concelho de Vila Franca de Xira. O surto fez quase 350 doentes, dos quais dez acabaram por morrer com a doença dos legionários. Para este ano, o orçamento da saúde diminuiu 9,4% face a 2013, tendo ficado determinado no orçamento do Estado que a despesa total consolidada do Programa da Saúde em 2014 seria de 8.203,9 milhões de euros. No final de 2013, segundo anunciou o Ministério da Saúde no início deste ano, a dívida total do SNS era de 1,6 mil milhões de euros, enquanto a dívida vencida (a mais de 90 dias) ascendia a 620 milhões de euros. O ministro Paulo Macedo voltou a insistir no rigor orçamental, tendo conseguido um novo acordo com a indústria farmacêutica, para 2015, que permitirá uma poupança de 180 milhões de euros com medicamentos. Contra os cortes no setor, entre outras situações, os médicos voltaram a vestir a bata branca em protesto, com uma greve de dois dias – a 08 e 09 de julho – convocada por um sindicato (Federação Nacional dos Médicos – FNAM) e apoiada pela Ordem. Os enfermeiros realizaram este ano duas greves, a última das quais, a 13 e 14 de novembro, bastante criticada por Paulo Macedo, uma vez que o ministério tinha pedido para adiarem o protesto, tendo em conta o elevado número de doentes internados por causa do surto de legionella. Este foi um protesto contra cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais. Estes profissionais tinham realizado uma greve de dois dias, a 24 e 25 de setembro, desta vez contra a «grave carência» de profissionais nas unidades públicas de saúde e pela dignificação da profissão e da carreira de enfermagem. |