A GS1 Portugal promoveu, no passado dia 29 de setembro, a 27ª Reunião do Healthcare User Group (HUG).
Esta iniciativa, realizada em formato digital, reuniu entidades públicas e privadas, com intervenção no setor da saúde, utilizadoras do sistema de standards disponibilizado pela GS1 Portugal no nosso país e pela GS1 a nível global.
A 27ª Reunião do HUG contou com uma intervenção da responsabilidade de oradora convidada, a Prof.ª Doutora Ana Escoval, Professora Associada da Escola Nacional de Saúde Pública e Vogal da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH). Numa intervenção sobre “O Impacto e desafios da Pandemia no Panorama Hospitalar Português”, a Prof. Ana Escoval explicou que na situação pandémica que enfrentamos, nem tudo é negativo e há pontos positivos que devem ser destacados.
“Sim, não estávamos preparados para um acontecimento destes, e ainda estamos em fase de aprendizagem, mas esta pandemia permitiu acelerar uma iniciativa que se estava a tentar implementar no CHLN – Centro Hospitalar Lisboa Norte: Hospital sem Papel. Com a pandemia passou-se a recorrer mais aos computadores e PDAs e a evitar o contacto com papel. Demos um passo importante em direção à digitalização do SNS”, acredita Ana Escoval.
A sessão contou ainda com a apresentação do plano de intervenção da GS1 Portugal na área da saúde para o ano de 2021, assente em três grandes objetivos: aumentar o número de associados, implementar um número crescente de projetos e promover a visibilidade dos benefícios do sistema de standards que a GS1 Portugal representa.
A Reunião contemplou vários momentos de análise dos benefícios de implementação de standards, como por exemplo, pelos armazenistas que abastecem o sector da saúde incluindo o canal do retalho, abordando o projeto de transferência eletrónica de dados nesses pontos de venda com base no Projeto Europeu da Associação Europeia para a Distribuição de Produtos de Saúde (GIRP – Groupement International de la Répartition Pharmaceutique).
Neste âmbito, Portugal foi selecionado para implementar um projeto piloto, um passo importante na digitalização do setor.
No que se refere aos benefícios dos standards para as parafarmácias do retalho, foram apresentadas as novas funcionalidades alargadas da plataforma GDSN – Global Data Syncronization Network, de forma a incluir produtos de saúde.
Na sessão foi também apresentado um balanço do projeto de verificação da codificação de medicamentos em Portugal, que permitirá identificar se a informação codificada corresponde à informação impressa na embalagem, tendo sido reportados resultados preliminares positivos.
Foram também apresentadas as mais recentes informações relativas à EUDAMED, uma plataforma que está a ser desenvolvida para garantir o cumprimento do Regulamento dos Dispositivos Médicos que, por sua vez, estabelece a identificação dos dispositivos médicos através de um Unique Device Identification (UDI), que contribui para impedir a respetiva contrafação. Em Dezembro de 2020 será possível começar a registar os operadores (fabricantes, representantes e importadores) na plataforma, sendo que em Maio de 2021 será possível registar UDIs.
Na reunião foram ainda discutidos os requisitos da FDA (Food and Drug Administration, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos E.U.A.) para a plataforma GUDID (Global Unique Device Identification Database).
Tal como previsto no programa, a GS1 Portugal aproveitou para apresentar a iniciativa Lean&Green, um projeto de certificação europeu, que tem como objetivo incentivar as empresas portuguesas a comprometerem-se com a redução das suas emissões de CO2 decorrentes da respetiva atividade logística, o que poderá também representar uma redução de custos.
Falou-se ainda da iniciativa Fight the Fakes, que sensibiliza para o impacto da distribuição de medicamentos falsificados, em termos de saúde pública. Trata-se de uma preocupação das autoridades competentes, tanto a nível nacional, como internacional, com os sistemas de saúde a procurarem soluções que permitam a rastreabilidade e segurança dos pacientes.
Para João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal, entidade anfitriã deste evento, “iniciativas como o HealthCare User Group proporcionam a discussão de temas da atualidade do setor da saúde com impacto transversal ao longo de toda a cadeia de valor, promovendo, assim, a sua eficiência. Com este tipo de iniciativas, a GS1 Portugal assume o papel de entidade facilitadora desta discussão e promotora da integração e interoperabilidade dos operadores desta vital cadeia de valor, pelos standards que disponibiliza e boas práticas que promove”, concluiu o responsável da organização.