A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) registou cerca de 40.000 casos de hepatite na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro passado.
A agência calcula, segundo a Lusa, que, todas as semanas, surjam entre 800 e 1.000 novos casos no enclave palestiniano.
No que respeita à hepatite A, a UNRWA recorda que só tinha conhecimento de 85 casos antes do início das hostilidades e que variantes como a A2 não têm tratamento específico.
A chefe do programa de saúde da agência da ONU em Gaza, Ghada al Jadba, adverte que “o surto de hepatite está a alastrar” no pequeno território, onde “as famílias deslocadas vivem em condições desumanas, em campos e abrigos sobrelotados”.
“Falta-lhes água potável, sabão e um sistema de esgotos. Esta crise está a complicar muito a nossa capacidade de lhes prestar uma assistência adequada”, lamenta Al Jabda, citada pela Lusa.
O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, fala, também segundo a Lusa, de um “aumento alarmante” porque “o sistema de gestão de resíduos em Gaza entrou em colapso” e “as pilhas de lixo acumulam-se no calor abrasador do verão”.
Tudo isto combinado “é uma receita perigosa para a propagação de doenças”, alerta Lazzarini, sublinhando mais uma vez a necessidade de um cessar-fogo para “restaurar os sistemas de gestão de resíduos e de esgotos, fornecer os tão necessários produtos de higiene e controlar a propagação de doenças”.