46% dos portugueses considera fazer pouco pela sua saúde 568

De acordo com o estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio”, divulgado esta terça-feira, dia 4 de maio, 52% dos portugueses inquiridos, com mais de 18 anos, avaliam como “bom” ou “muito bom” o seu estado de saúde, 31% consideram o seu estado de saúde “razoável”, enquanto 17% dos inquiridos avalia como “mau” ou “muito mau”.

Contudo, relativamente ao indicador “Potência Saúde” os resultados indicam que, numa escala entre 0,5 a 10, a média é de 6,03. 46% dos portugueses inquiridos estão abaixo deste valor médio, o que significa que, uma parte importante da população considera ter uma atitude “pró-saúde” aquém do desejável, adotando poucos comportamentos que melhoram ou potenciam o seu estado de saúde.

No retrato sociológico sobre a saúde em Portugal, realizado no âmbito dos 25 anos da Médis, 41% dos inquiridos afirmam fazer um “esforço razoável” para a melhoria do seu estado de saúde, 21% um “esforço elevado” e 27% um esforço “baixo” ou “muito baixo”. O estudo revela ainda que 55% dos inquiridos não acreditam que podem melhorar o seu estado de saúde.

De acordo com o estudo, a biografia e a história individual, têm uma elevada influência nos comportamentos em matéria de saúde. A adoção de comportamentos de saúde é, também, influenciada pelo autoconceito e pela autoconfiança, ou seja, pela ideia que cada um tem sobre si, sobre aquilo que gostaria de ser e pela confiança que deposita na sua capacidade de enfrentar com êxito os desafios.

O estudo também revela que as mulheres atribuem pior pontuação à sua saúde do que os homens (7.1 vs. 7.4) e que uma em cada cinco mulheres diz considerar-se “pouco ou muito pouco saudável”.

Coordenado pela Return On Ideas e com o acompanhamento da Professora Doutora Maria do Céu Machado, Presidente do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos, Professora Catedrática Jubilada da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e ex-Presidente do Infarmed, o estudo conclui, ainda, que, apesar de as mulheres referirem que “têm menos saúde”, são mais cuidadosas e dizem ter mais comportamentos “pró-saúde” do que os homens (6,10 vs. 5,96), estando mais propícias à adoção de comportamentos que melhorem a sua saúde: dizem que visitam o médico de forma rotineira, que têm mais cuidados com a alimentação e dizem consumir menos álcool ou tabaco.

No que respeita à Covid-19, o estudo conclui que 69% dos portugueses inquiridos afirmam que a pandemia não teve impacto na sua saúde. Porém, para os doentes com doença grave, a perspetiva é outra: 30% referem que a pandemia prejudicou a sua saúde, nomeadamente por “piorar o acompanhamento médico de doenças ou problemas”.

A saúde mental é outro dos temas abordados no estudo, sendo que, na amostra, 7% dos inquiridos tem uma doença mental diagnosticada. O estudo levanta a hipótese de que o número de pessoas que sofre com uma doença mental possa ser superior, pois nota-se nas entrevistas do qualitativo, uma tentativa de fuga deste rótulo. Já no quantitativo, 66% dos inquiridos a quem foi diagnosticada doença mental admite ainda “sentir discriminação da sociedade”.

As conclusões do estudo “A Saúde dos Portugueses: um BI em nome próprio” foram debatidas, hoje, num encontro virtual que contou com um painel de especialistas da área de saúde e economia, constituído pela Professora Doutora Maria do Céu Machado, pelo Professor Doutor Adalberto Campos Fernandes, Médico e Ex-Ministro da Saúde, e pelo Professor Dr. Augusto Mateus, Economista, Professor, Ex-Secretário de Estado da Indústria e Ex-Ministro da Economia.

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