67% dos portugueses concordam com vacinação obrigatória para a população adulta 669

Segundo um estudo realizado pela Euroconsumers, dois em cada três inquiridos são a favor da obrigatoriedade da toma da vacina contra a covid-19, para a população adulta.

Este estudo foi realizado para saber as expectativas e as opiniões dos consumidores portugueses e europeus sobre a gestão da pandemia, nomeadamente, o processo de vacinação, numa altura de aumento das taxas de infeção por covid-19.

Para 79% dos inquiridos portugueses, os profissionais do setor da saúde devem ser obrigados a vacinar-se.

Quanto aos funcionários das escolas e das universidades, e aos trabalhadores dos serviços públicos em contacto direto com o público, o nível de concordância dos inquiridos sobre a vacina obrigatória é de 73% e 72%, respetivamente.

Contudo, apenas 52% dos inquiridos portugueses concordaram em tornar a vacina obrigatória para menores com idades entre os 12 e os 17 anos. Este valor é superior aos 48% registado a nível europeu. A percentagem desce para 42% no caso das crianças portuguesas com menos de 12 anos e para 38% na Europa.

Nas famílias com crianças com menos de 12 anos, a maioria (56%) é a favor de os vacinar. Apenas 13% dos inquiridos não o fariam.

Relativamente inquiridos vacinados ou com inoculação agendada e os ainda não foram vacinados mostraram preocupações diferentes em relação à vacinação contra a covid-19.

Os primeiros estão preocupados com a escassez de vacinas e testes nos países em desenvolvimento, tendo seis em cada dez dos inquiridos vacinados ou com a vacina marcada dito que este era o aspeto que maior nível de preocupação lhes suscitava.

Entre os inquiridos ainda não vacinados, estender a indicação do uso da vacina a crianças com menos de 12 anos e ter de tomar novas doses da vacina contra a covid-19 todos os anos são os aspetos que mais preocupam.

Questionados sobre “porque é que ainda não foi vacinado ou porque é que não o vai fazer?”, 41% dos inquiridos não inoculados responderam que não acreditavam na eficácia da vacina. Já 38% indicam não confiar no processo de fabrico e de aprovação da vacina.

Sobre o Certificado Digital na União Europeia, metade dos inquiridos concordam que a implementação é uma medida eficiente para permitir a livre circulação na União Europeia.

Cerca de um terço afirma que as diferentes regras nacionais (como número de doses, limite de idade, etc.) complicaram a utilização do certificado

Sobre se as pessoas que não têm certificado digital covid devem ser impedidas de entrar em espaços e eventos públicos, 46% respondeu concordar com tais restrições, 45% acha que a implementação do certificado seja uma medida eficiente para evitar a propagação da doença, só 28% não concordam que as diferentes regras nacionais de vacinação, como o número de doses e os limites de idade, tenham complicado o uso do certificado digital covid para a livre circulação na Europa.

Apenas 21% concordam com a ideia de que o certificado digital Covid discrimina injustamente as pessoas não vacinadas.

Cerca de 59% acredita que o certificado digital encoraja os indecisos a vacinar-se e, 55% acredita que esta é uma medida eficaz para permitir a livre circulação dentro na União Europeia.

A grande maioria dos inquiridos neste estudo (87%) tem certificado digital covid, 45% indicou não lhe ter sido pedido o certificado, pelo menos uma vez, ao entrar num espaço ou evento onde o documento era exigido.

Mais de metade dos inquiridos (52%) creem que as negociações entre a UE e as empresas farmacêuticas detentoras das vacinas deveriam ter sido mais transparentes. Mais de quatro em cada dez inquiridos, contudo, são da opinião de que a UE conseguiu um melhor negócio com as farmacêuticas, em comparação com o que Portugal teria conseguido sozinho.

No entanto, a perceção do desempenho da UE na aquisição de vacinas contra a covid-19 é má. Apenas 37% dos inquiridos acham que o processo foi bem gerido.

Entre as fontes usadas com maior frequência para recolher informação sobre a pandemia encontram-se a televisão ou a rádio (78%), portal de notícias, (42%), sites institucionais do governo ou de saúde (33%) e o médico de família (32%). De notar que 28% procuram informação nas redes sociais e 16% em sites, blogs ou fóruns.

O estudo teve um total de 4155 respostas válidas, das quais 976 de Portugal. Os dados foram ponderados por género, idade, região e nível de educação por forma a refletir as características da população entre os 18 e os 74 anos.