22 de setembro de 2014 É a forma mais comum de demência e os seus efeitos são devastadores, tanto para o doente como para os cuidadores. A frequente subtileza dos primeiros sintomas – esquecer o nome de um objeto ou deixar passar um recado – pode levar a que o diagnóstico chegue somente anos mais tarde. A doença de Alzheimer causa a deterioração progressiva e irreversível das funções cognitivas e estima-se que atinja cerca de 90 mil portugueses. O envelhecimento está diretamente ligado à doença neurodegenerativa. O tipo mais comum de Alzheimer manifesta-se com maior frequência a partir dos 65 anos e afeta o doente independentemente de este ter ou não antecedentes familiares da demência. Outra ramificação da doença, ligada à hereditariedade e de cariz mais raro, pode surgir entre os 40 e os 60 anos. O desgaste emocional causado pela demência deixa marcas profundas nas famílias, que enfrentam igualmente uma prova de fogo a nível económico. «Já começa a haver mais apoio das instituições públicas, com alguns serviços hospitalares que apoiam os cuidadores e prestam consultas de memória à pessoa com demência», referiu ao “Correio da Manhã” Filipa Gomes, diretora técnica do departamento de prestações de serviços de Lisboa da Alzheimer Portugal, sublinhando que «estes apoios ainda são poucos e estamos só a falar da componente da saúde». Fundada em 1988, a associação identifica «as dificuldades económicas» como um dos principais desafios do doente e do seu núcleo de suporte. «É uma doença que exige muitos encargos, com medicamentos caros e difíceis de suportar para algumas famílias. À medida que a doença vai evoluindo, começa ainda a surgir outro tipo de necessidades, como as fraldas», alargando o leque de encargos financeiros para os cuidadores, acrescentou Filipa Gomes. |