Seja qual for a forma como é encarada, a publicidade está intimamente ligada às evoluções económicas e sociais. Ela é um retrato da sociedade que temos, mas é também a sua concretização. Ou seja, se, por um lado, ela é uma antena que capta tendências (algumas ainda emergentes), ela é também um grande amplificador que reflete e difunde modas.
De uma perspectiva social, a publicidade determina até alguns estilos de vida; quer por nos influenciar nas nossas escolhas, quer por condicionar o nosso comportamento face aos outros. Cathelat refere-se a ela como um supra-meio, «sempre presente e condicionando a nossa existência, ocupando um espaço e um tempo importantes da nossa vida».
Na verdade, numa sociedade em que o primado do consumidor e a concorrência ainda são reconhecidos como um motor do desenvolvimento económico, a publicidade só podia ter um papel importante. Afinal, ela é a voz através da qual falam connosco marcas e instituições.
O único problema é que, sendo um espelho da sociedade, muitas vezes esta olha para o espelho, não gosta da imagem que vê e… culpa o espelho.
João Barros,
Professor Convidado na Escola Superior de Comunicação Social e Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa