A nova Farmácia é a velha Farmácia? 1839

Esta pandemia, como todas as crises profundas, trouxe alterações ao comportamento dos consumidores de que já falámos aqui; entre elas, o facto de que muitos de nós descobriram o bairro onde moram.

As limitações à mobilidade fizeram as pessoas olhar para a sua comunidade local. E muitas perceberam a vantagem de serem vizinhos. Ou seja, numa época de distanciamento físico recomendável e obrigatório, descobrimos as vantagens da proximidade social.

O que é curioso é que a proximidade, física e social, sempre foi um dos pontos fortes da Farmácia Comunitária.

O farmacêutico sabe o nosso nome, sabe os nossos problemas, sabe o que nos aflige e, muito mais importante, está sempre lá, pronto a receber-nos com um sorriso e um conselho.

É, por isso, que, independentemente de todas as crises que surjam, a Farmácia continuará a ser indispensável na nossa sociedade; porque nela residem, acima de tudo, valores humanos. Nenhuma marca pode ambicionar mais.

João Barros
Professor na Escola Superior de Comunicação Social e Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa