A próxima Ordem dos Farmacêuticos e o futuro da profissão 3235

As eleições para Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos decorrerão em condições excecionalmente complexas, resultado da pandemia Covid-19 e de todas as suas consequências negativas sobre a sociedade e sobre os cuidados de saúde. O desvio de recursos humanos, materiais e financeiros para a gestão da pandemia tem vindo a criar dificuldades acrescidas ao SNS, incapaz de assegurar integralmente a sua missão, com pior qualidade dos cuidados e consequente aumento da carga de doença cuja resolução vai, infelizmente, demorar diversos anos. Ao mesmo tempo, assistimos a um período de inovação terapêutica sem paralelo, que colocará ainda mais pressão no orçamento para a saúde. Ora, esta realidade constitui também, naturalmente, uma oportunidade ímpar para o maior envolvimento e reconhecimento dos farmacêuticos, aprofundando as atividades até agora prestadas, e o desenvolvimento de outras, que respondam às necessidades de um sistema de saúde frágil e pressionado. Para que este desafio possa ser abraçado têm que estar reunidas as adequadas condições formais e materiais e a Ordem deverá desempenhar um papel crucial neste processo. Para isso terá que estar preparada, quer do ponto de vista da organização interna quer da capacidade de interagir, dialogar e propor soluções, tanto às autoridades de saúde como ao poder político.

Sou farmacêutico, com um percurso profissional marcado pela dedicação à profissão e aos cidadãos. A par da minha carreira universitária tenho sempre desempenhado funções na administração da saúde, tanto a nível nacional como internacional. Neste momento crucial para o desenvolvimento da profissão, e também da Ordem dos Farmacêuticos, considero poder dar o meu contributo, servindo a profissão e a Ordem. Essa é a única razão para a minha candidatura a Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

Tenho comigo uma equipa competente, com provas dadas do ponto de vista profissional, empenhada em servir a profissão e a Ordem, tanto nos órgãos estatutários como nas comissões de apoio nas áreas mais relevantes do governo da Ordem. Os nomes que vão a eleições foram criteriosamente escolhidos com a certeza que, por cada um, há muitos outros que poderiam desempenhar as funções com a mesma dedicação e competência. Contarei com todos. Todos seremos necessários para promover a transformação da profissão exigindo, para isso, as condições e o reconhecimento necessários para o exercício profissional.

Apresento um programa ambicioso, mas possível de cumprir no triénio, que convido a consultar, e do qual destacarei de seguida apenas alguns aspetos.

É urgente aproximar a Ordem dos associados. Esta transformação tem que ser sentida por todos e, em particular, pelos farmacêuticos mais jovens e mesmo pelos estudantes de Ciências Farmacêuticas. Criaremos o Conselho da Juventude Farmacêutica que incluirá jovens farmacêuticos nomeados pelas associações e por representantes das diversas áreas profissionais com a missão de discutir os assuntos relevantes para a profissão e apresentar propostas à direção nacional.

A criação de competências farmacêuticas que sustentem o alargamento e/ou desenvolvimento das áreas de especialização e de intervenção do farmacêutico, dentro e fora das unidades prestadoras de cuidados de saúde é outra área prioritária. As novas competências devem ter como consequência a proposta de novos serviços farmacêuticos nas diversas áreas de atividade clínica, demonstrando os consequentes resultados em saúde e a mais-valia para o sistema e, particularmente, para o SNS.

É também importante estreitar de forma proativa a relação com a academia, promovendo a inclusão ou aprofundamento de unidades curriculares orientadas para a formação do farmacêutico do futuro, a nível pré e pós-graduado.

A nível da organização e funcionamento interno, é necessário reforçar a descentralização das atividades e a comunicação da Ordem. Mas é também muito importante aprofundar uma cultura de transparência e prestação de contas aos associados.

A interação proativa com os decisores políticos, identificando antecipadamente as necessidades dos farmacêuticos e a sua translação para políticas/legislação, com apresentação de propostas concretas é outra prioridade.

Estas são apenas algumas das áreas incluídas no programa da minha candidatura, pelo que reitero o convite para a sua leitura.

A partir de 2022 teremos uma Ordem mais transparente, independente, próxima e útil. Até lá é preciso que todos nós, farmacêuticos, votemos neste projeto. Votemos lista A.

Helder Mota Filipe
Candidato a Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos – Lista A