Vai ser hoje apresentada a 6ª edição da ACAD (Academia para a Capacitação das Associações de Doentes), onde será promovida uma discussão em torno dos desafios que se colocam à humanização dos cuidados de saúde. A iniciativa, sob o mote Tempo, Gesto, Tecnologia e Humanização dos Cuidados de Saúde, decorre entre as 14h30 e as 17h15, no Auditório Coriolano Ferreira da ENSP NOVA, em Lisboa, com transmissão à distância.
O evento tem ainda como objetivo procurar compreender em que medida é que o uso da tecnologia, a incorporação da digitalização e a questão da burocracia podem comprometer a relação dos profissionais de saúde com as pessoas, despersonalizando o sistema e desumanizando a relação com o Outro.
A ACAD é um projeto promovido pela ENSP NOVA, com o apoio da Roche. Reúne sociedade civil, academia, políticos, entidades públicas, privadas e profissionais do setor da saúde.
Humanizar os cuidados
“Humanizar os cuidados de saúde é garantir que, independentemente dos avanços tecnológicos, o respeito, a empatia e o olhar atento sobre as necessidades individuais de cada pessoa são mantidos no centro do sistema de saúde”, declara Ana Rita Goes, coordenadora da ACAD e professora da ENSP NOVA, em comunicado, acrescentando que “esta iniciativa procura desencadear uma reflexão crítica sobre este tema e, também, apresentar algumas das principais atividades que estruturam a 6ª edição da Academia para a Capacitação das Associações de Doentes (ACAD), que se mantém comprometida em reforçar os conhecimentos das organizações do setor social para que continuem a ser agentes de mudança e a ter a sua voz ouvida e efetivamente considerada em todos os níveis de decisão”.
Já para Cláudia Ricardo, diretora de acesso e Relações Institucionais da Roche Farmacêutica, “o reforço de conhecimentos e de competências das associações de doentes revela-se essencial no sentido de salvaguardar que as vozes de doentes e cuidadores/as são ouvidas, que as suas necessidades são respondidas e que os seus direitos são verdadeiramente representados”.
Quanto à iniciativa de hoje e aos desafios que atravessam a humanização dos cuidados de saúde, Cláudia Ricardo, também em comunicado, acrescenta que “à medida que a tecnologia avança e os cuidados de saúde acompanham esse avanço, é essencial não perder de vista o fator humano. O cuidado com o doente deve sempre ser guiado pela empatia, pelo respeito e pela compreensão das suas circunstâncias, que são únicas. A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas a verdadeira inovação está em combiná-la com a humanização, tendo em vista um acompanhamento próximo e personalizado”.
Quem vai intervir no evento
A iniciativa conta com:
- Uma conferência proferida por Marta Côrtes, Assessora Técnica da Política Nacional de Humanização-PNH, na Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro.
- Uma mesa redonda moderada pela jornalista Vera Lúcia Arreigoso, acompanhada pelas vozes de Ana Sampaio, Presidente da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino, Colite Ulcerosa e Doença de Crohn; de Delfim Rodrigues, Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos Hospitais do SNS; de Luís Miguel Ferreira, Vogal Executivo dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.
- Serão ainda partilhados alguns dos esforços que têm sido feitos por parte das Comissões de Humanização de três Unidades Locais de Saúde.
A entrada no evento é livre, mas implica inscrição prévia através do preenchimento do formulário disponível aqui.