Acidente em França: Bial de «consciência tranquila» assegura que vai continuar a investigar 449

Acidente em França: Bial de «consciência tranquila» assegura que vai continuar a investigar

22 de Janeiro de 2016

O presidente não executivo da Bial, Luís Portela, disse hoje que a empresa está concentrada no esclarecimento do que levou à morte de um voluntário num ensaio clínico em França, mas manteve que continuará a investigar.

«Estamos focados no esclarecimento da situação. Temos a consciência de que fizemos tudo direito, cumprimos as normas, fizemos as coisas de acordo com as melhores práticas, temos a nossa consciência absolutamente tranquila, estamos focados em investigar por que é que aconteceu», afirmou Luís Portela aos jornalistas depois de uma reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

O chairman da Bial salientou que a via da empresa «é fazer investigação, é continuar a investigação», ou seja: «Esta é a via pela qual nós servimos os interesses das pessoas em Portugal e no mundo e é isso que vamos continuar a fazer», citou a “Lusa”.

Sobre o ensaio em Rennes, Luís Portela lembrou que «foi suspenso logo no próprio dia da primeira situação» e «não será mais recuperado [e] a investigação clínica sobre esta molécula está completamente suspensa».

«Só tomaremos a decisão de eventualmente recuperar depois de sabermos os resultados da investigação e de os termos ponderado», disse o presidente não executivo da empresa farmacêutica.

Por seu lado, o ministro reiterou que «a Bial é um ativo estratégico do país» e lamentou: «em milhares de atos de investigação clínica por todo o mundo, numa zona onde a arquitetura jurídica, ética e regulamentar é tão potente, estes eventos não são totalmente evitáveis».

«Mas também não se chega à investigação e à inovação terapêutica sem correr alguns destes riscos. Por isso é que é necessário serenar os cidadãos. Trata-se aparentemente de uma situação autolimitada cujos contornos conheceremos logo que o processo de investigação em curso em França seja terminado», acrescentou o governante.

Horas antes, o ministro da Saúde havia dito, na Maia, que a visita agendada para hoje à empresa farmacêutica Bial servia para «recolha de informação» e para «sinalizar confiança».

«Vamos reunir com o Conselho de Administração da Bial e recolher aquilo que é o ponto de vista da empresa sobre a evolução dos casos, que apesar de tudo nos parece estar minorada nos seus impactos», disse.