O presidente da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), Nuno Flora, defendeu esta terça-feira, dia 29 de março, que o aumento dos preços dos combustíveis afeta a capacidade de distribuição de medicamentos.
Nuno Flora começou por lembrar que nos dois primeiros meses do ano, ainda antes do início da guerra na Ucrânia, os custos energéticos aumentaram 15%.
“Sabendo que cerca de 1/3 dos custos [do setor] são transportes, qualquer alteração nos preços dos combustíveis afeta sobremaneira a capacidade da distribuição cumprir a sua missão”, adiantou, em declarações à agência Lusa.
O presidente da ADIFA acrescentou ainda que o setor já apresentou propostas ao Governo para compensar este aumento de custos.
“Já nos dirigimos ao Governo (…) com propostas que representam o que outros setores já têm, por exemplo, a majoração da dotabilidade dos custos com combustíveis, a isenção do UIC ou reduções parciais no imposto petrolífero. São medidas de apoio a um setor que precisa de mais do que isto e que servem para uma situação aguda de crescimento muito acentuado dos custos energéticos que precisa de ser colmatada no imediato”, afirmou.
Nuno Flora explicou ainda que, nos últimos anos, tem havido “grande pressão” sobre o preço dos medicamentos e sobre as margens de lucro, “o que tem levado a que, no âmbito do setor da distribuição, se trabalhe com uma margem e uma capacidade operacional mais baixa do que aquilo que seria desejável”.
“Não tem afetado as operações porque os distribuidores têm conseguido ultrapassar estas situações. No entanto, é bom que tenhamos noção de que este setor percorre diariamente 200.000 quilómetros, faz 6.000 entregas por dia às farmácias, que mais de um milhão de produtos são entregues diariamente e que [o setor] precisa de maior acompanhamento, sobretudo na sua remuneração”, concluiu.