A ADIFA – Associação de Distribuidores Farmacêuticos está em Bruxelas para participar num ciclo de encontros com representantes da União Europeia para falar sobre o combate à escassez, a descarbonização e a atualização de preços.
Nos dias 13 e 14 de novembro, o presidente executivo da ADIFA, Nuno Flora, e o membro da direção, Rui Carrington, reúnem-se com os eurodeputados portugueses Marta Temido (Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas) e Sérgio Humberto (Partido Popular Europeu), bem como com o Health Attaché da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia, Paulo Couto Ferreira.
Nas reuniões, a ADIFA, segundo especifica em comunicado, procurará apresentar a visão da associação para o futuro da distribuição farmacêutica europeia e informar os representantes sobre o papel que os distribuidores farmacêuticos de serviço completo desempenham na coesão das cadeias de abastecimento e da saúde pública na União Europeia.
A 13 de novembro, a ADIFA participará na Conferência de Outono do GIRP – European Healthcare Distribution Association. O evento, que contará com a presença de diversos parceiros da distribuição farmacêutica oriundos de Estados-membros da União Europeia, será palco para a receção aos eurodeputados no âmbito da legislatura 2024-2029. A ADIFA integrará uma discussão entre pares que visa expor aos representantes europeus os principais desafios que a distribuição farmacêutica vive, no sentido de construir uma ponte para o futuro da indústria.
“As audiências com representantes europeus são da maior importância para criar ligações e apresentar o trabalho desenvolvido pela ADIFA e pelos distribuidores farmacêuticos de serviço completo. O setor vive, hoje, um conjunto de desafios que beneficiam de uma resposta coesa por parte dos 27 Estados-membros. É nesse sentido que exortamos os representantes europeus para uma ação concertada, cientes de que esse é o caminho mais produtivo para assegurarmos cadeias de abastecimento robustas e um ecossistema de saúde mais eficiente”, afirma Nuno Flora, no comunicado citado.
Combate à escassez, descarbonização e atualização de preços no centro da agenda
Entre os vários temas abordados pela ADIFA nas audiências com os representantes europeus, a revisão da legislação farmacêutica europeia, com especial enfoque na sua transposição para o quadro legislativo português, assume-se como uma das prioridades. A ADIFA “tem defendido a consagração, na legislação portuguesa, da atividade de “distribuição farmacêutica de serviço completo”, com deveres e direitos próprios, no sentido de a diferenciar da atividade de outros agentes que se dedicam à distribuição de produtos na área da saúde”.
Para a associação, a diferenciação legal da atividade de distribuição farmacêutica de serviço completo, “aliada a uma definição de políticas de preço dos medicamentos que promovam a atratividade do mercado farmacêutico europeu e a implementação de um sistema de alerta prévio aos operadores do mercado, são medidas fundamentais para mitigar a situação de escassez de medicamentos na Europa”.
A ADIFA pretende ainda apresentar o trabalho que tem sido desenvolvido por parte dos distribuidores farmacêuticos portugueses no âmbito do compromisso de alcançar a neutralidade carbónica em 2040. Em linha com os objetivos europeus e da indústria, “as empresas nacionais têm atuado nas áreas da mobilidade, utilização de energias verdes nas plataformas logísticas, desmaterialização e digitalização de processos para reduzir a pegada carbónica da atividade e construir um futuro mais sustentável”, refere a associação.
Também a atualização de preços se posiciona como uma problemática de destaque para o setor. Reconhecendo a evolução positiva ao longo dos últimos dois anos, a ADIFA considera “prioritário continuar a assumir o compromisso de atualizar os preços dos medicamentos, defendendo a aplicação de um mecanismo de atualização automática e anual no setor, indexada a um indicador como a inflação ou o índice de preços ao consumidor”. Este caminho é, para a associação, “crucial para, por um lado, promover a competitividade e o abastecimento do mercado português e, por outro, garantir a sustentabilidade financeira dos distribuidores farmacêuticos”.