Adolescentes portugueses usam mais medicamentos como droga e para lidar com a tristeza 650

Aumentou ligeiramente, nos últimos quatro anos, o número de adolescentes em Portugal que usa medicamentos como uma droga. A medicação é também cada vez mais usada para lidar com o nervosismo e a tristeza.

Num novo grande estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a adolescência – intitula-se Behaviour in Shool-aged Children (HBSC) e realiza-se em Portugal desde 1998 – a saúde mental dos mais jovens apresenta níveis preocupantes, com um quarto a admitir já se ter magoado para lidar com sentimentos negativos. Com os níveis de tristeza, cansaço e nervosismo em tendência crescente, o estudo apresenta, entre variados outros indicadores, informações sobre o hábito de uso de medicamentos por parte dos adultos do amanhã.

De acordo com o Público, que cita os resultados, o consumo de álcool diminuiu em todos os tipos de bebidas e as substâncias ilícitas mantiveram ou baixaram os níveis de consumo e experimentação. No entanto, houve uma exceção. O uso de medicamentos como drogas aumentou de 1,6% em 2018 para 1,9% em 2022.

Denota-se ainda que a medicação para o “nervosismo” aumentou, em quatro anos, de 11,2% para 16%. Também a medicação para adormecer subiu, de 9% para 14,2%, tal como para a tristeza, de 6,5% para 10%. Houve uma descida, inversamente mais preocupante, relativamente aos jovens que tomam medicação por receita médica.

No último mês, 7,4% tomou pelo menos uma vez medicação para a atenção/hiperatividade e mais de metade para a dor de cabeça: são 53,9%. As idas ao psicólogo aumentaram nos últimos quatro anos e 8,7% dos jovens admitem sentir-se tão tristes que não aguentam todos os dias. 22,4% sente stress com os trabalhos de casa, e 83,1% com as avaliações escolares.

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