O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou, após a reunião de julho, novas medidas para minimizar o risco de aspiração e pneumonia por aspiração reportado em doentes a tomar agonistas dos recetores do péptido-1 (GLP-1) – usados no tratamento da diabetes tipo 2 e obesidade – que são submetidos a cirurgia com anestesia geral ou sedação profunda.
Como explicado, esta sexta-feira, no site da EMA, a aspiração e a pneumonia por aspiração podem ser causadas pela inalação acidental de alimentos ou líquidos para uma via respiratória” ou pode ainda ocorrer “quando o conteúdo do estômago volta para a garganta”.
Parte da ação destes medicamentos retardam o esvaziamento gástrico, existindo, por isso, um risco biologicamente plausível de aumento da aspiração associado à anestesia e à sedação profunda.
O PRAC analisou os dados disponíveis, incluindo relatos de casos na EudraVigilance, literatura científica e os dados clínicos e não clínicos apresentados pelos titulares da autorização de introdução no mercado destes medicamentos.
Apesar de não ter conseguido estabelecer uma associação causal entre os análogos da GLP-1 e a aspiração, devido à ação conhecida do esvaziamento gástrico retardado e à existência de casos em ensaios clínicos e em pós-comercialização, o PRAC considerou que os “profissionais de saúde e os doentes devem ser informados sobre esta potencial consequência do esvaziamento gástrico retardado”.
Assim sendo, o comité recomendou que “o risco de presença de conteúdo gástrico residual devido a um esvaziamento gástrico retardado deve ser considerado antes da realização de procedimentos com anestesia geral ou sedação profunda”, sendo que os doentes devem informar o médico que tomam medicamentos GLP-1 caso tenham cirurgias programadas sob anestesia ou sedação profunda.