AHRESP: Relatório da OMS sobre carne processada deve ser encarado sem pânico 28 de Outubro de 2015 O diretor-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), José Manuel Esteves, considerou que o relatório da Organização Mundial de Saúde sobre carne processada «deve ser encarado tranquilamente e sem pânico» pelos consumidores. Em declarações à agência “Lusa”, a propósito do anúncio de que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos, José Manuel Esteves disse que esta informação deve ser encarada «sem pânico e como uma chamada de atenção». «Tranquilamente, vamos todos, cada um por si como consumidor, estar sempre atentos, mas sem pânico. O relatório da OMS [Organização Mundial de Saúde] é positivo. É bom que a população esteja sensibilizada, mas sem pânico», declarou. O responsável disse que o «equilíbrio» alimentar é o mais importante e lembrou que Portugal é dos países com uma dieta mais equilibrada no mundo. «Quero lembrar que nós somos um dos maiores consumidores de peixe e temos também duas dietas importantes (a mediterrânica e a atlântica) e somos líderes europeus nas boas práticas de higiene e segurança alimentar», salientou. De acordo com José Manuel Esteves, Portugal é um país cada vez mais seguro, inclusive na questão da alimentação. «Claro que somos democratas, abertos e cada cidadão, quando vai a um restaurante, pode escolher o que quiser com bom senso. Se calhar, este relatório até pode ter o efeito oposto, ou seja, uma oportunidade para valorizar as gastronomias atlântica e mediterrânica», disse. O documento conhecido na segunda-feira foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon. A conclusão consta de um estudo divulgado ontem pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual alertou que a carne vermelha também é «provavelmente» cancerígena. O grupo de trabalho considerou que existem «provas suficientes» de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colorretal. Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como «provavelmente» cancerígeno para os seres humanos, com base em «provas limitadas» de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colorretal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata. |