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Aleitamento por mais de três meses reduz risco cardiovascular na idade adulta
24-Abr-2014

Os bebés amamentados por mais de três meses têm menos probabilidade de desenvolverem doenças cardiovasculares na idade adulta, conclui um estudo publicado ontem.

Investigadores norte-americanos estudaram 7.000 jovens adultos e descobriram uma «ligação significativa» entre um aleitamento materno de curta duração ou baixo peso à nascença e níveis elevados de proteína C reativa (CRP), associados a um risco acrescido de doenças cardiovasculares.

A CRP é uma proteína sintetizada principalmente pelo fígado e tem um papel importante nas reações inflamatórias.

«Um aleitamento de três a 12 meses está ligado a uma baixa concentração sanguínea de CRP, da ordem de 20 a 30% por comparação às pessoas que não foram amamentadas», escreveram os investigadores da Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois, no estudo, publicado pela revista “Proceedings of the Royal Society B”.

Segundo o estudo, os efeitos do aleitamento são «idênticos ou superiores» aos dos medicamentos na redução dos níveis de CRP nos jovens adultos.
O estudo concluiu também que os bebés que nascem com baixo peso têm maiores níveis de CRP em adultos.

«Bebés com mais peso à nascença e bebés que são amamentados por períodos mais longos terão níveis mais baixos de inflamação em adultos, e isso reduzirá o seu risco de ataque cardíaco e de outras doenças da idade», disse Thomas McDade, professor de antropologia na Universidade de Northwestern e líder do estudo.

O investigador admite que não se sabe o motivo desta ligação, mas os cientistas suspeitam que há alguma coisa no leite materno que melhora o sistema imunitário, citou a “Lusa”.

O estudo foi realizado junto de jovens adultos de 24 a 32 anos, originários de diferentes meios sociais e incluiu irmãos em que um foi amamentado e outro não, para eliminar o impacto socioeconómico.

O aleitamento exclusivo até aos seis meses é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que o apresenta como «um dos meios mais eficazes» de assegurar a saúde e a sobrevivência da criança.

Apesar disso, a organização reconhece que menos de 40% dos bebés no mundo beneficiam do aleitamento atualmente.