Alemão ficou curado de infeção VIH/sida após transplante de dador não imune 238

Um alemão ficou curado da infeção por VIH após um transplante de células estaminais de um dador não imune ao vírus que causa a sida.

O doente, conhecido como o “segundo paciente de Berlim”, testou positivo para o VIH em 2009 e foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda em 2015, levando uma equipa do hospital universitário Charité-Universitätsmedizin Berlin, na Alemanha, a fazer-lhe o transplante de células estaminais (células que se regeneram e se diferenciam noutras), de acordo com um comunicado da instituição divulgado na quinta-feira passada, citado pela Lusa.

Desde que o homem, 60 anos, interrompeu o tratamento antiviral, em 2018, o seu novo sistema imunitário mantém-se funcional, não tendo sido detetadas células cancerígenas.

“O período de observação de mais de cinco anos livre de vírus indica agora que o VIH foi completamente removido do corpo do doente”, disse, citado no comunicado, o médico Olaf Penack. “Assim, consideramos que está curado da infeção pelo VIH”, acrescentou.

Os médicos desconhecem ainda, porém, os motivos por que o transplante de células estaminais levou a uma cura da infeção neste caso.

O norte-americano Timothy Ray Brown, conhecido como o “paciente de Berlim”, foi a primeira pessoa considerada curada da infeção pelo VIH/sida após um transplante de células estaminais, em 2007, no mesmo hospital alemão, depois de lhe ter sido diagnosticada uma leucemia.

O dador de células estaminais tinha uma rara mutação genética que lhe dava resistência natural ao vírus da sida.

Apesar do transplante bem-sucedido, o estado de saúde de Timothy Ray Brown agravou-se e o homem, 54 anos, morreu em 2020 de leucemia.

Ao todo, sete pessoas foram consideradas curadas da infeção pelo VIH/sida, que afetava 39 milhões de pessoas no final de 2022, de acordo com as estimativas mais recentes da Organização Mundial da Saúde.