A empresa farmacêutica Grifols anunciou ter encontrado uma fórmula que retarda a doença de Alzheimer a doentes que tenham ainda um diagnóstico moderado. O ensaio clínico AMBAR, que dura há mais de uma década e que tem sido desenvolvido em Espanha e nos Estados Unidos da América, revelou resultados positivos.
«Os resultados nos doentes com Alzheimer moderado demonstraram um abrandamento na progressão da doença de 61%, atingindo dois objetivos principais: eficácia estabelecida, melhoria cognitiva, e a capacidade de realizar atividades da vida diária durante os 14 meses de tratamento», revelou a empresa num comunicado acedido pelo jornal “Diário de Notícias”.
A investigação dos catalães demonstrou ser possível estabilizar a progressão da doença neurodegenerativa através da remoção periódica de plasma do doente, utilizando a técnica de plasmaferese, substituindo assim o uso de uma solução de albumina, um processo conhecido como troca de plasma, explicou a empresa.
«Este tratamento baseia-se na hipótese de que a maioria do beta-amilóide, uma proteína que se acumula nos cérebros de pessoas com Alzheimer, circula no plasma ligado à albumina. Ao remover a depuração plasmática do péptido beta-amilóide que seria conseguida a partir do cérebro para o plasma, seria possível limitar o efeito da doença sobre as funções cognitivas”, refere a empresa.
No grupo de doentes em estado leve de Alzheimer, os resultados também sugerem uma «desaceleração no progresso da doença, embora esta diferença não alcance tanta significância estatística como a anterior», sublinhou a empresa farmacêutica.
«Estes resultados abrem uma nova era no tratamento da doença de Alzheimer. Continuaremos a explorar o potencial das proteínas plasmáticas e da renovação do plasma em estudos posteriores», disse Víctor Grífols Roura, presidente da Grifols.
A última fase do estudo AMBAR contou com a participação de 496 pacientes de 41 hospitais (20 na Espanha e 21 nos Estados Unidos).