Amadora-Sintra: Gestores são culpados pela rutura nas urgências 590

Amadora-Sintra: Gestores são culpados pela rutura nas urgências

05 de Agosto de 2015

Uma auditoria do Tribunal de Contas realizada ao serviço de Urgência do Hospital Amadora-Sintra concluiu que a demora no atendimento aos utentes no Amadora-Sintra, na altura do Natal, se deveu à incapacidade dos gestores em planear adequadamente as escalas dos médicos.

 

Recorde-se que no final de 2014, o hospital registou esperas superiores a 20 horas.

 

Segundo o relatório, citado pela “Renascença”, em dezembro de 2014 o Amadora-Sintra registou os maiores tempos médios diários de espera. No máximo, houve quem esperasse 28 horas para ser atendido no hospital. 

 

O Tribunal de Contas detetou, em dezembro desse ano, uma diminuição do número de horas médicas realizadas: menos 19% do que no período homólogo de 2012, por exemplo.

 

Só entre os dias 20 e 31 de Dezembro, o número de horas médicas efetivamente realizadas foi menos de metade do considerado adequado, considera o relatório, o que leva os auditores a dizer que o hospital Amadora-Sintra não acautelou a procura no período do Natal, conduzindo a uma situação de rutura nas Urgências. 

 

Para esta insuficiência contribuiu, segundo o tribunal, «a autorização de férias e tolerâncias de ponto, pela direção do serviço de urgência geral, sem que ficasse assegurada a constituição de escalas de dimensão adequada, situação que infringe as normas de funcionamento previstas nos regulamentos do hospital e do serviço, além de ser contrária às boas práticas de gestão, por descurar, de modo irresponsável, o interesse dos utentes, ao não garantir a disponibilidade do serviço de urgência geral face à procura previsível para o final do ano». 

 

Este organismo refere que se registaram «um total de 184 dias de ausência médica no serviço de urgência geral, em dezembro de 2014, valor superior ao dos anos de 2013 e de 2012 (112 e 159, respetivamente), destacando-se, o ano passado, as ausências por férias (47%) por tolerâncias de ponto (13%) e por motivo de doença (36%)».