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Amadora-Sintra volta à normalidade depois de esperas de 22 horas

29 de dezembro de 2014

O tempo de espera nas urgências do hospital Amadora-Sintra normalizou nas últimas horas, depois de ter chegado a ser de 22 horas entre 25 e 27 de dezembro, disse hoje à “Lusa” o porta-voz daquela unidade hospitalar.

Segundo disse à “Lusa” Paulo Barbosa, hoje cerca das 09:00 encontravam-se 15 casos nas urgências, 12 dos quais com pulseira amarela, que significa que foram considerados «casos urgentes» na triagem do hospital e que é o terceiro nível mais grave numa escala de cinco.

«Houve uma diminuição de pessoas nas urgências, logo uma diminuição de casos não urgentes», disse Paulo Barbosa, reconhecendo que se assistiu a uma inversão dos valores registados nos últimos dias.

De acordo com o responsável foram atendidos, entre o dia 25 e 27, cerca de 980 pacientes, dos quais 65 a 70% tinham pulseiras verdes (doentes pouco urgentes).

Paulo Barbosa justifica o longo período de espera para atendimento dos doentes na quadra natalícia com o facto de os cuidados de saúde primários terem estado fechados, o que levou as pessoas a deslocar-se às urgências hospitalares com casos pouco graves, como dores de dentes.

Além disso, acrescentou, as urgências do hospital Amadora-Sintra têm vindo a trabalhar com seis médicos, mas no dia de Natal «alguns clínicos adoeceram» e, «embora se tenha tentado uma solução internamente, tal não foi possível».

A redução de casos à espera de atendimento também foi ajudada pelo apelo do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, para que os hospitais da capital não enviassem mais doentes para o Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra).

O apelo «surtiu efeito», reconheceu Paulo Barbosa, adiantando que o hospital de Amadora-Sintra já não tinha camas vagas para internamento e que o pedido do presidente da ARSLVT «ajudou a resolver esse problema».

Na sequência destes acontecimentos, o bastonário da Ordem dos Médicos responsabilizou o governo pela falta de capacidade de resposta do Hospital Amadora-Sintra. Em declarações à “TSF”, José Manuel Silva diz que não fica surpreendido com a falta de médicos nas urgências.

O bastonário acusou o Ministério da Saúde de desorganizar o funcionamento dos hospitais, obrigando-os a recorrer a empresas de trabalho temporário.

José Manuel Silva defendeu que a solução passa pela admissão de mais médicos para os quadros hospitalares.