Amas-me? 2266

Não é nada fácil definir Publicidade, mas creio que esta dificuldade em definir uma disciplina será um fenómeno comum a todas as ciências humanas e sociais. Talvez até a todas as coisas que incluam a palavra humano; pois nós, humanos, tendemos a ser complicados.

A melhor e mais simples definição de Publicidade encontrei-a, há muitos anos, no título de um livro escrito pelo Ricardo Miranda (um dos maiores e mais reconhecidos profissionais desta área): “A Voz das Marcas”.

Gosto especialmente desta definição, porque é simultaneamente simples na sua formulação e abrangente no seu conceito. Afinal, é isso que a Publicidade faz: fala às pessoas das marcas. Mas esta aparentemente simplicidade encerra em si uma enorme complexidade, porque esse discurso que a Publicidade faz tem de ser capaz de ajudar num processo de sedução com que as marcas pretendem envolver os consumidores.

Porque, no final de tudo, o que as marcas querem é o que os homens – e até os deuses – querem: ser amadas.

João Barros
Professor Convidado na Escola Superior de Comunicação Social e Investigador no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa