Esta manhã, por ocasião da Cerimónia Oficial de Abertura do Congresso Nacional dos Farmacêuticos, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF) afirmou que “a Pandemia não nos venceu. E não nos vencerá. A prova é a de que, contra ventos e marés, avançámos com este Congresso”.
A bastonária lembrou que a classe farmacêutica é composta por “220 mil farmacêuticos, para 440 milhões de pessoas, com semelhanças, diferenças, mas acima de tudo com um projeto comum – Saúde para Todos -, que fomos construindo e continuaremos a construir, mais do que cimentado nos afetos (tão importantes), na confiança que nos merecemos”.
Ana Paula Martins acrescentou ainda que “é em tempos muito adversos como aqueles que vivemos, que sabemos o valor das palavras confiança e construir. Confiança nas instituições, confiança em quem as dirige, confiança nos nossos pares, confiança em que, façamos o que fizermos na vida, somos antes de mais farmacêuticos e cidadãos. E fazer parte desta profissão exige muito mais responsabilidades do que direitos”.
Quanto ao momento difícil que se vive de pandemia, apelou à união.
“Contem convosco, contem com a união entre todos, promovam se for preciso as ruturas necessárias e fundamentais com o passado, mas estejam do lado da solução: e a solução tem de ser o que melhora a vida das pessoas, o que lhes dá melhor Saúde, maior acesso ao medicamento com segurança e qualidade, que não as abandona nos domicílios quando precisam de fazer análises clínicas, que garante o funcionamento dos serviços farmacêuticos hospitalares durante 12 a 14 horas de jornada diária para que nenhum português fique sem a sua medicação”, disse.
A bastonária lançou ainda um desafio: “porque não a contratação de 350 farmacêuticos para os CSP, tantos quantos os Centros de Saúde e USF?”. Ana Paula Martins reforçou: “que de uma vez por todas tenhamos farmacêuticos nos centros de saúde, a trabalhar com as equipas dos cuidados de saúde primários, não para abrirem farmácias ao público, mas para fazerem uma importante função de qualificação da terapêutica, de articulação farmacoterapêutica com os farmacêuticos comunitários, como acontece na nossa vizinha Espanha”.
Ana Paula Martins terminou o seu discurso lembrando que este é o seu último Congresso enquanto bastonária e deixou uma promessa: “Nunca me verão vacilar, apesar do cansaço que vos confesso sentir, não pelo trabalho, mas pelas injustiças e desgostos que comigo levarei e que nunca esquecerei”.