A Associação Nacional das Farmácias (ANF) divulgou um comunicado a apelar ao parlamento que ajude a manter os serviços aos portugueses, quando está prevista a discussão da petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”.
Como forma de protesto, as farmácias vão suspender o seu funcionamento durante 23 minutos, o tempo que está previsto durar o debate no parlamento.
“Na quarta-feira, às 15 horas, as farmácias vão suspender o seu funcionamento durante os 23 minutos reservados pela Assembleia da República para debater a petição “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS””. A plataforma informática de dispensa das receitas eletrónicas ficará 23 minutos inativa”, indica a ANF na nota divulgada.
Com esta “paragem simbólica de 23 minutos, as farmácias alertam a sociedade portuguesa e o poder político sobre a urgência de medidas concretas para salvaguardar os serviços das farmácias aos portugueses”, indica a Associação de Farmácias.
Até lá, a “linha telefónica 1400 irá esclarecer os cidadãos quanto aos serviços farmacêuticos que terão de ser suspensos por falta de comparticipação do Estado. As chamadas são gratuitas e os portugueses poderão continuar a usar esta linha para fazer as suas encomendas de medicamentos”.
O comunicado indica ainda que “na última década, a rede de farmácias tem sido alvo de uma série de medidas de austeridade que conduziram ao colapso da sua sustentabilidade económica. Neste momento, há 702 farmácias alvo de processos de penhora e de insolvência, o que corresponde a 24% da rede”.
Citado na nota divulgada, Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF indoca que “a indecisão do Estado deixa os farmacêuticos comunitários entre a espada e a parede. Por um lado, a sua consciência profissional impede-os de deixar de servir um único doente. Por outro, a sobrevivência das farmácias proíbe-os de continuar a prestar serviços gratuitamente, sem qualquer comparticipação por parte do Estado”.
A Associação de Farmácias lembra ainda que “o Estado tem iniciado várias experiências de serviços farmacêuticos críticos para a Saúde dos portugueses, mas esses processos arrastam-se no tempo, sem decisão ou qualquer investimento público. Há 250 doentes com VIH-Sida seguidos há quatro anos nas farmácias comunitárias sem que o Estado assuma qualquer responsabilidade por esse serviço”.