ANF nega apresentação de calendário para troca de seringas 19 de novembro de 2014 A Associação Nacional das Farmácias (ANF) alegou ontem que não lhe foi proposto qualquer calendário para a reativação do programa de troca de seringas, que a Direção-Geral da Saúde (DGS) apontou para dezembro, em Lisboa e Setúbal. Numa resposta enviada à “Lusa”, a Associação Nacional das Farmácias frisou que, «até ao momento, não foi proposto à ANF qualquer calendário de reativação do programa de troca de seringas, ou de implementação gratuita experimental de qualquer outro programa de saúde pública».
Esta reação surge após ter sido revelada, ontem, a notícia de que a Associação de Farmácias de Portugal assegurou que o programa vai arrancar, no início de dezembro. A retoma do programa de troca de seringas já fora anunciada em abril, para começar em maio, e depois em julho, altura em que foi assinado novo acordo entre a ANF e o Ministério da Saúde. De acordo com a ANF, nesse acordo «ficou previsto que as farmácias prestariam gratuitamente, durante um ano, todos os serviços de saúde pública que uma comissão paritária – Ministério da Saúde/Associação Nacional das Farmácias – decida implementar». A segunda reunião da comissão realiza-se na hoje, precisa a ANF na resposta à “Lusa”, sem se pronunciar sobre os motivos dos atrasos da reativação do programa de troca de seringas. DGS rejeita responsabilidades no atraso Ontem, em declarações à “Lusa”, António Diniz, diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, na dependência da DGS, disse que «estão criadas as condições» para que o programa seja retomado no início de dezembro, em Lisboa e Setúbal, rejeitando responsabilidades pelos atrasos. Esta informação é corroborada pelo INFARMED, que especifica que o programa de troca de seringas foi um dos pontos abordados na última reunião da Comissão de Acompanhamento dos acordos celebrados entre o MS e a ANF, que decorreu na semana passada. Quanto aos motivos que têm levado aos sucessivos adiamentos da retoma do programa, o INFARMED disse ter informação de que se devem à DGS, mas não os especificou. «Segundo nos informou a ANF, está dependente da DGS o início deste programa, encontrando-se a decorrer os preparativos para o seu início», afirmou fonte oficial da autoridade do medicamento. António Diniz rejeita estas responsabilidades, garantindo que está tudo pronto há bastante tempo. «A DGS não é de certeza [responsável]. Temos autocolantes para distribuir nas farmácias, os cartazes, os kits comprados, tudo pronto. Estamos preparados, e não é de ontem». Segundo o responsável, receberam os autocolantes há três semanas e esta foi a última coisa que faltava e não era sequer «um elemento decisivo», tudo o resto já estava. «O circuito de distribuição está montado, temos kits em número suficiente, se nos disserem que é para começar amanhã, começamos, se nos disserem que é hoje à tarde, também começamos», garantiu. Inicialmente a troca de seringas vai começar em Lisboa e Setúbal – os primeiros sítios que precisam mais, do ponto de vista epidemiológico e de estrutura de farmácias – e depois vai estender-se gradualmente ao resto do país, adiantou. |