Angola e RDCongo com a maior campanha de vacinação de emergência em África 09 de Janeiro de 2014 A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a campanha de vacinação de emergência contra a febre-amarela iniciada esta semana em Angola e na República Democrática do Congo como uma das maiores alguma vez realizadas em África. A campanha visa travar a propagação da doença, que já provocou nos dois países mais de 400 mortos e 5.000 casos suspeitos, e deverá permitir vacinar mais 14 milhões de pessoas, cerca de três milhões dos quais em Angola. A informação consta de uma nota da OMS consultada hoje pela Lusa, em que aquela organização das Nações Unidas refere estar a trabalhar com os ministérios da Saúde dos dois países e a coordenar esta campanha de vacinação, anunciada para ter arrancado a 15 de agosto, com 56 parceiros para chegar a mais de 8.000 locais. Decorre em simultâneo em Angola e na República Democrática do Congo (RDCongo), sendo «uma das maiores campanhas de vacinação de emergência alguma vez realizada em África», lê-se no documento, citado pela “Lusa”. Isto tendo em conta que a execução de uma campanha com esta dimensão pode levar entre 03 e 06 meses, quando esta será realizada, recorda a OMS, até ao início da época das chuvas nesta região, em setembro. A epidemia de febre-amarela teve início em Viana, arredores de Luanda, em dezembro de 2015, e rapidamente alastrou a todas as províncias e à vizinha RDCongo. A transmissão da doença é feita pela picada do mosquito (infetado) Aedes aegypti que, segundo a OMS, no início desta epidemia, estava presente em algumas zonas de Viana, Luanda, em 100% das casas. Trata-se do mesmo mosquito responsável pela transmissão da malária, a principal causa de morte em Angola, e que se reproduz em águas paradas e na concentração de lixo, dois problemas (época das chuvas e falta de limpeza de resíduos) que afetaram a capital angolana entre agosto e maio últimos (época das cheias). Só em Angola, desde fevereiro, já foram realizadas campanhas de vacinação que chegaram a 13 milhões de pessoas, ou seja mais de metade da população. Na RDCongo, a OMS recorda que só a capital, Kinshasa, tem 10 milhões de habitantes e as campanhas de vacinação chegaram a apenas dois milhões de pessoas. Ainda assim, a organização sublinha que as campanhas de vacinação já realizadas foram «cruciais» para «parar a propagação» desta epidemia, mas recorda que algumas áreas ainda são consideradas de «alto risco», como a capital da RDCongo ou a fronteira com Angola (2.646 quilómetros). A OMS estima necessitar de 17,3 milhões de seringas para concretizar esta campanha, juntamente com o apoio de 41.000 técnicos de saúde e voluntários, recorrendo a 500 viaturas de transporte. Angola não regista novos casos de febre-amarela oficialmente confirmados por laboratório desde o final de junho. |