A Associação Nacional Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (ANTEPH) alertou hoje para a necessidade de reduzir o tempo de resposta de socorro no terreno, lembrando que em ambiente de cidade deveria ser, no máximo, oito minutos e em ambiente rural 15.
Ouvido na comissão parlamentar de saúde, o presidente da ANTEPH, Luís Canaria, aludiu, como sublinha a Lusa, ao relatório de atividades do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) divulgado em setembro, que indicava que, no ano passado, cerca de 19.000 doentes em risco de vida não tiveram o socorro necessário, para lembrar que “não basta reduzir os tempos de atendimento das chamadas”.
“Os tempos de chamadas foram regularizados. E os outros tempos? Quanto tempo demorou a ambulância a ser acionada? E a viatura médica a sair? E o meio a chegar? E quanto tempo esteve no local? E quanto demorou até ao hospital?”, questionou.
Questionado pelos deputados, disse que, em ambiente de cidade, o tempo de resposta deveria ser oito minutos e em ambiente rural 15 minutos.
E lembrou que há projetos, no estrangeiro, de cidades em que o socorro ao cidadão deve ocorrer em quatro minutos.
“Estamos longe desta realidade”, lamentou.
O responsável da ANTEPH defendeu que a formação deve sair do INEM, considerando que o instituto tem “uma capacidade muito limitada” e defendeu a evolução progressiva da formação dos atuais técnicos para no futuro se tornarem paramédicos.
“O que defendemos é que a profissionalização tem de abranger os modelos e técnicos que já existem, com os tais 30.000 Tripulantes de Ambulância de Socorro (TAS)”, afirmou, lamentando que a formação de TAS tenha sido “a única em que o número de horas baixou”.
Luís Canaria defendeu ainda a necessidade de coragem para definir uma Estratégia Nacional de Socorro e Emergência, que defina tempos de atendimento, formação, mapa de meios, por exemplo, que seja depois acompanhada por um grupo técnico.
Defendeu ainda a criação da profissão – de técnicos de emergência médica -, lembrando que existe já uma petição nesse sentido.
Já sobre a resposta no terreno, lembrou que os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar cobrem apenas 10% dos casos, cabendo os restantes 90% aos parceiros (bombeiros e Cruz Vermelha).
“Quando for possível reforçar com mais 200 TEPH, o INEM fica robustecido para garantir no terreno os 10% sem recurso a horas extra”, afirmou.