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António Costa admite que corrida à Agência Europeia do Medicamento «não é fácil»

 


02 de maio de 2017

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu em Bruxelas que a candidatura de Portugal a acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento «não é fácil», dado a numerosa concorrência, mas afirmou-se convicto de que Lisboa tem os seus trunfos.

Em declarações aos jornalistas à chegada a um Conselho Europeu especial a 27 para a adoção das orientações da União Europeia para as negociações sobre o ‘Brexit’, António Costa apontou que vai formalizar hoje a candidatura de Portugal a acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla original), uma das agências que deverão abandonar Londres à luz da saída do Reino Unido da União Europeia.

«Como sabe, há vinte e muitos candidatos, creio que quase todos os Estados-membros, menos dois, são candidatos, portanto vai ser uma candidatura que não é fácil. Mas sem concorrer não é possível ganhar, e portanto é necessário concorrer para ver se no final ganhamos», disse, enumerando de seguida alguns dos trunfos da candidatura portuguesa, a começar pela proximidade a Londres, ainda sede da agência.

Segundo o chefe de Governo, existe «desde logo o trunfo que é menor deslocação relativamente a Londres», com o mesmo fuso horário e somente «duas horas de distância», o que significa «uma pequena deslocação relativamente à situação onde as pessoas estão atualmente».

«[Portugal É um país seguro, onde não há qualquer risco de sairmos da União Europeia, onde a segurança é um valor muito importante. Temos excelentes ligações internacionais, não só para a Europa como para os outros continentes, o que para a indústria farmacêutica, que tem um peso importante em outros continentes, é obviamente um fator importante», prosseguiu.

O primeiro-ministro sublinhou que a EMA «é uma agência importante, não só do ponto de vista do número de técnicos europeus que fixaria em Portugal, como sobretudo pela movimentação que tem», que contribuiria «para reforçar Portugal como referência de ponto de encontro de congressos e de reuniões internacionais», o que «seria importante, obviamente».

Quanto à eventual localização concreta da sede da agência, indicou que se está a trabalhar no sentido de «identificar soluções de edifícios [em Lisboa] que permitam uma localização imediata e operacional», lembrando que «é necessário dispor de cerca de 20 mil metros quadrados imediatamente».

O Conselho de Ministros aprovou na passada quinta-feira a candidatura de Portugal a sede da Agência Europeia do Medicamento, pretendendo instalá-la em Lisboa, uma vez que devido à saída do Reino Unido da União Europeia a entidade terá que ser relocalizada.

«A saída do Reino Unido da União Europeia determina a relocalização das agências europeias sediadas em Londres, entre as quais a EMA [European Medecines Agency], uma das maiores e mais importantes agências europeias, que tem como missão promover a excelência científica na avaliação, supervisão e monitorização da segurança dos medicamentos cuja utilização se destine à União Europeia e Espaço Económico Europeu», indicou o comunicado do Conselho de Ministros.

A sede da Agência Europeia do Medicamento – cuja decisão da nova localização será tomada em dezembro pela União Europeia – é, segundo o Governo, «um fator de prestígio para o país que a acolhe e tende a atuar como polo de atração da presença da indústria farmacêutica, potenciando, em particular, as áreas de investigação e desenvolvimento e os ensaios clínicos».

Entre as muitas cidades candidatas contam-se Bruxelas, Barcelona, Milão, Amesterdão, Atenas, Dublin, Copenhaga e Estocolmo.