– A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) assinala o seu 96.º aniversário no próximo dia 13 de maio, reforçando o seu papel ativo na defesa dos direitos das pessoas com diabetes. A associação, que foi aceite como membro do Global Diabetes Compact Forum, fórum consultivo da OMS, revela o segredo para a sua longevidade e volta a assumir o compromisso de continuar a intervir na comunidade na prevenção e no acompanhamento das pessoas com diabetes.
Atenta à atividade da APDP, a Federação Internacional da Diabetes renovou o reconhecimento da associação enquanto Centro de Excelência de Cuidados à Diabetes – “IDF Centre of Excellence in Diabetes Care”.
“Passaram 96 anos, mas a nossa força continua a mesma! Somos movidos pela vontade de melhorar a vida do milhão e meio de portugueses que vivem com diabetes e lutamos todos os dias pelos seus direitos. Em pleno ano 2022, temos ainda um longo caminho a percorrer para que a diabetes seja vista pelo que é: uma doença sistémica com um enorme impacto na vida pessoal, social e económica das pessoas e das famílias”, alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “Assumimos mais uma vez o compromisso de continuar a exercer o nosso papel na criação de políticas públicas para a prevenção e o controlo desta doença e a lutar contra a discriminação a que são sujeitas as pessoas que são atingidas pela diabetes!”.
“Somos a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo e fomos pioneiros no tratamento da diabetes, apostando sempre na educação terapêutica e na abordagem multidisciplinar. Não nos cansamos de nos adaptar às necessidades da sociedade, como foi o caso da criação de um sistema de teleconsultas durante a pandemia”, recorda João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.
A APDP foi fundada em 1926 pelo Dr. Ernesto Roma para apoiar as pessoas com diabetes em situação de carência monetária, de forma a que pudessem adquirir a recém-chegada e dispendiosa insulina, a hormona sem a qual a grande maioria não sobreviveria. O médico angariou vontades de benfeitores que em nada poderiam beneficiar para além da satisfação de estarem a salvar vidas.
Com a descoberta e autoaplicação da insulina e o autocontrolo, além de ser uma casa de cuidados para pessoas com diabetes, a associação transformou-se também numa casa de formação para pessoas com diabetes e profissionais de saúde.
Quase um século depois, a APDP tem já criadas estruturas de resposta às necessidades que foram surgindo ao longo dos anos, como é o caso dos Departamentos de Podologia, Cardiologia, Oftalmologia, Nefrologia, Urologia e Pediatria. “Foram adaptadas novas tecnologias, as estruturas e os equipamentos foram modernizados e o rejuvenescimento dos recursos humanos tornaram a APDP num modelo de cuidados internacional com solicitações e visitas frequentes, tendo sido em 2021 reconhecida pela OMS como um exemplo de boas práticas em tempos de pandemia e, por isso, chamada para consultora das Nações Unidas na Assembleia Geral sobre Doenças Não Transmissíveis”, revela João Filipe Raposo, acrescentando que “o trabalho de investigação desenvolvido pela APDP tem também sido uma componente importante da sua atividade, com várias apresentações em congressos nacionais e internacionais. Igualmente, diversos trabalhos têm sido alvo de publicação em revistas científicas de impacto e/ou distinguidos através de prémios nacionais e internacionais.”
Para o presidente da APDP, José Manuel Boavida, o segredo está aqui: “na constante adaptação às necessidades que vão surgindo, mantendo sempre o compromisso de fazer mais e melhor, sem nunca esquecer o objetivo final: educar a sociedade para a saúde, prevenção e tratamento da diabetes e todas as suas complicações. Sem esquecer os direitos das pessoas que vivem com estas doenças!”
“A associação é reconhecida como Instituição de Superior Interesse Social, título dado pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério das Finanças (Ministros Maria de Belém e Joaquim Pina Moura). Recebeu pelas mãos da Ministra da Saúde, Ana Jorge, a Medalha de Ouro como Menção Honrosa; da Câmara Municipal de Lisboa, na altura da Presidência do agora Primeiro-Ministro, António Costa, recebeu a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro. Foi considerada como Grande Oficial da Ordem de Benemerência e, em 2017, foi condecorada, pelo Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique. Apesar de toda a validação nacional pela excelência do trabalho desenvolvido pela APDP, o seu estatuto ainda não mereceu o reconhecimento e apoio para as modificações necessárias para o seu futuro”, conclui.