APDPk alerta para aumento dos pedidos de apoio psicológico em tempo de pandemia 627

A pandemia da covid-19 trouxe vários desafios aos doentes de Parkinson: o número de diagnósticos diminuiu, as consultas atrasaram-se e as condições psicológicas e físicas destes deterioraram-se. A propósito do segundo aniversário do site da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), a instituição reforça que devido ao confinamento as pessoas procuraram mais informação através dos meios digitais. As tecnologias ganharam assim um novo destaque na vida de muitas pessoas e facilitaram os pedidos de apoio psicológico durante a pandemia.

“Nesta fase, é fundamental olhar para os doentes não covid, pensar numa estratégia de recuperação de tudo o que ficou para trás. Nenhum doente pode ficar para trás!”, afirma Ana Botas, Presidente da APDPk, que revela que têm chegado muitas queixas à associação.

Para contrariar os efeitos da pandemia, a APDPk continua a apostar no site, que foi lançado em 2019 e já foi visitado por quase 20 mil pessoas, num total de quase 80 mil visualizações da página. Desde pedidos de doentes de Parkinson consultas psicológicas à distância a pessoas que procuram formas para apoiar familiares com esta doença, até ao momento foram recebidas 500 mensagens através deste site, 355 das quais em tempo de pandemia.

“Toda esta conjuntura afetou muito as pessoas a nível físico e psicológico e os pedidos de apoio são recorrentes. Por norma, são doentes novos que chegam à associação, ou cuidadores, uma vez que os sócios têm ligação à associação por outras vias”, revela Ana Botas.

Além do site, a associação criou ainda o projeto “Lado a Lado”, que tem como objetivo facilitar a fase de aceitação e aumentar o apoio psicológico, fundamental não apenas numa fase inicial da doença, mas também para combater o isolamento e promover a melhoria da qualidade de vida. Foi ainda criado o projeto “Pára-quedas” para colmatar as necessidades criadas pela ausência de fisioterapia. O objetivo passa por capacitar todos os doentes para que saibam prevenir as quedas e, caso não consigam, gerir o processo de recuperação. Atualmente, estes dois projetos continuam ativos via online e por telefone.

Ainda assim, a presidente da associação explica que “os meios telemáticos são uma mais-valia, mas as sessões presenciais fazem a diferença”, acrescentando: “Neste momento, estamos a utilizar os dois meios. Já voltámos a dinamizar as sessões de fisioterapia e terapia da fala presenciais, bem como algumas atividades lúdicas, como o Projeto Pingue-Pongue ou o Dançar com Parkinson. E o feedback tem sido muito bom, as pessoas pedem-nos muito para não descurarmos a parte presencial, mas continuamos a contar com a vertente mais tecnológica”.