APEF desafia portugueses a evitar consumir bebidas alcoólicas durante o mês de janeiro 454

A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover de novo uma ação nacional de consciencialização para a doença hepática alcoólica, uma consequência que advém do elevado consumo de álcool. A iniciativa sob o mote “31 Dias Sem Álcool” surge no âmbito do desafio “Janeiro Sem Álcool”, e decorrerá no primeiro mês de 2023, nas redes sociais da associação, com o objetivo de alertar a população para os danos relacionados com o álcool.

Os excessos das festividades requerem que o Ano Novo comece com novos hábitos. “Com este desafio pretendemos apelar às pessoas para que adotem um estilo de vida mais saudável durante todo o ano. O consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens, sobretudo relacionado com a vida noturna e social, é preocupante e, por isso, deveria motivar uma intervenção por parte das autoridades reguladoras. É primordial que a população adulta pense também nos seus comportamentos a nível social e nas consequências que os mesmos trazem para a sua saúde; e que alertem os jovens para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas”, afirma José Presa, presidente da APEF.

E acrescenta: “O elevado consumo de álcool traz consequências graves em termos de saúde, nomeadamente para o fígado, como: fígado gordo, hepatite alcoólica e cirrose hepática; ou consequências indiretas como as resultantes dos acidentes de viação, por exemplo. Estas situações, quando não tratadas ou prevenidas, lesam gravemente a saúde e podem, até, levar à morte. É possível viver sem álcool, não invalidando que as pessoas não se possam divertir, relaxar ou socializar”.

A iniciativa “Janeiro Sem Álcool” ocorre em simultâneo em vários países, desde 2013. Em Portugal é a segunda vez que a campanha é promovida. Segundo os dados do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), de 2020, o consumo de álcool é mais elevado por parte dos homens, com 19,5 litros de puro álcool per capita por ano, do que das mulheres, que consomem 5,6 litros.

O estudo demonstra também que em 2020 foram registados 36.799 internamentos hospitalares, com diagnóstico principal e/ou secundário atribuíveis ao consumo de álcool, envolvendo 27.238 indivíduos em Portugal. Os dados referem ainda que, em 2019, morreram 2.507 pessoas por doenças atribuíveis ao álcool, 27% das quais por doenças atribuíveis a doença alcoólica do fígado.