APIFARMA: Pagamentos extraordinários da dívida do SNS são «paliativos» e não «solução» 637

APIFARMA: Pagamentos extraordinários da dívida do SNS são «paliativos» e não «solução»

03-Abr-2014

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) considera que os pagamentos extraordinários aos fornecedores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são «paliativos e não uma solução definitiva» para o controlo das dívidas dos hospitais públicos.

João Almeida Lopes ontem reagia desta forma à avaliação da execução orçamental de fevereiro, realizada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), segundo a qual as dívidas por pagar acumuladas no setor da saúde (subsetor da saúde e hospitais EPE – Entidade Pública Empresarial) aumentaram 88 milhões, dos quais 82 milhões dizem respeito «exclusivamente aos hospitais EPE».

Segundo João Almeida Lopes, «o valor em dívida decresce quando ocorrem estes pagamentos [extraordinários aos fornecedores do SNS], para voltar a subir, em valor e prazos de pagamento, poucos meses depois», citou a “Lusa”.

De acordo com os dados disponíveis no site da APIFARMA, as dívidas dos hospitais do SNS a empresas farmacêuticas atingiam, em fevereiro, os 993,70 milhões de euros.

Em setembro do ano passado, esse valor era de 1.266,30 milhões de euros.

Na sua avaliação, a UTAO recorda que um dos objetivos definidos no programa é o de «gerar poupanças adicionais nos custos operacionais dos hospitais e definir uma estratégia para regularizar os pagamentos em atraso».

Para João Almeida Lopes, a manutenção das dívidas «é grave, pois dificulta a possibilidade de planear, por exemplo, investimentos a realizar no país, nomeadamente em ensaios clínicos, além de colocar sérios constrangimentos à atividade regular» das empresas.