Após o Jornal “Expresso”, desta terça-feira, ter noticiado que a Indústria Farmacêutica (IF) está a pressionar a União Europeia (UE) para que fiquem protegidas, caso sejam processadas por problemas por problemas provocados pelas vacinas que estão a ser produzidas contra a covid-19, o portal Netfarma quis saber a opinião da Apifarma sobre esta questão.
A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica começou por defender que “a prioridade no desenvolvimento de novas vacinas é, sempre, a segurança”, assim como “os estudos clínicos rigorosos para determinar a segurança e eficácia das vacinas concluídos e em desenvolvimento também têm a segurança como primeira preocupação”.
Apesar de haver a necessidade de se ter uma vacina para a covid-19, disponível o mais depressa possível, a Apifarma indica que tudo está acontecer de modo a garantir a segurança e qualidade das potenciais vacinas.
“Para responder à necessidade global de encurtar prazos, o trabalho que aconteceria sequencialmente ao longo do tempo está agora a ser desenvolvido em paralelo, mas em momento algum coloca em causa a segurança e a qualidade. Segurança e qualidade são inegociáveis”, explicou.
A Apifarma acrescenta ainda que “a situação excecional de saúde pública que o mundo inteiro atravessa não quebra nem quebrará em momento algum este dever científico e ético. A situação de emergência mundial traduz-se, sim, no aumento significativo dos recursos humanos e técnicos para encontrar a vacina, respeitando os mais elevados padrões de exigência científica e farmacológica. A transparência informativa faz também parte deste processo, porque apenas assim se mantém a confiança das pessoas”.
Relativamente à aprovação das “vacinas para a covid-19 apenas serão aprovadas para utilização quando for demonstrada a sua segurança e eficácia, com parecer positivo do Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA). Após sua aprovação, tal como todos os outros medicamentos, as vacinas para a covid-19 vão ser permanentemente monitorizadas quanto à sua segurança e eficácia através das atividades de farmacovigilância”, explicou a Associação Portuguesa de IF.
Quanto às vacinas poderem causar efeitos secundários em alguns indivíduos, isso não é exclusivo das vacinas contra a covid-19.
“Face à utilização de biliões de doses de vacinas em todo o mundo é possível que algumas das pessoas que recebam a vacina covid-19 possam apresentar a certa altura sintomatologia secundária após a inoculação. Isso não é exclusivo das vacinas para a covid-19. Todos os medicamentos e vacinas podem causar efeitos secundários em alguns indivíduos”, afirma.
A Apifarma garante que mantém o mesmo objectivo que “é continuar a trabalhar com os governos para desenvolver um sistema claro de compensação para os sistemas de saúde, para todos os que têm concentrado os seus esforços em conseguir uma solução para acabar com a pandemia e também para qualquer pessoa que possa ser afetada”.
Afinal, a defesa dos doentes é a sua principal preocupação.
“Mantendo o primado da defesa dos doentes, a Indústria Farmacêutica, através da EPFIA está, em parceria com todos os interessados, a colaborar na definição de como este sistema pode funcionar tendo por base as melhores práticas que já existem em vários países da Europa, incluindo em Portugal”, termina por dizer.