Esta quarta-feira, dia 7 de outubro, a APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, promoveu a e-conference “Valor em Saúde – o Compromisso dos Medicamentos Genéricos e Biossimilares”.
Este evento juntou vários especialistas à volta do debate sobre o valor em saúde e serviu ainda para a apresentação de cinco Recomendações para a Presidência do Conselho da União Europeia 2021.
Promover o conhecimento sobre os medicamentos genéricos e biossimilares através do envolvimento dos parceiros estratégicos; Integrar nos sistemas de prescrição, informação atualizada de suporte à decisão sobre a disponibilidade dos medicamentos genéricos ou biossimilares; Avaliar as normas de orientação clínica e os algoritmos de suporte à decisão clínica; Fomentar a previsibilidade e a concorrência, por parte dos sistemas de aquisição; e desenvolver políticas de mercado competitivas e sustentáveis foram as recomendações apresentadas.
Coube a Hélder Mota Filipe, professor Associado da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, a apresentação das Recomendações, que não mais são do que “considerações sobre o papel que estes medicamentos podem ter, não só a nível nacional, mas também europeu”.
Relativamente aos medicamentos, João Madeira, Presidente da APOGEN, indicou que nos últimos nove anos, a poupança gerada pelos medicamentos genéricos em regime de ambulatório tem aumentado progressivamente. Crescimento esse que não aconteceu “de forma consistente”, apesar de ser “através dos medicamentos genéricos e biossimilares que se conseguem criar situações de verdadeira equidade vertical e horizontal”, com os recursos libertados a darem “um contributo importante para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para as famílias, para que possam financiar a aquisição de outros bens e serviços”.
Já Rosa Giuliani, médica oncologista e responsável pela Public Policy da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), alertou para o facto de que na área de oncologia “há medicamentos essenciais que, no entanto, não estão disponíveis para muitos doentes. Tem havido muita discussão sobre os biossimilares, mas, para mim, enquanto profissional de saúde, o que é mais importante é que os medicamentos biossimilares vão permitir um aumento do acesso e um aumento do acesso a opções de tratamento importantes, contribuindo para a sustentabilidade do tratamento do cancro”.
Outro dos temas abordados foi da importância do uso das ferramentas digitais para aumentar o acesso aos medicamentos, com qualidade e sem um aumento dos gastos.
Nesse sentido, o presidente da APOGEN sugeriu a criação “de um simplex para a área do medicamento”, assim como “o uso mais intensivo de softwares de prescrição, a adoção de folhetos informáticos eletrónicos, a redução da despesa através da eliminação de embalagens teste”, entre outras.