De acordo com um inquérito da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN), um em cada três médicos de Medicina Geral e Familiar ainda apresenta algumas reservas quanto à eficácia e composição dos medicamentos genéricos.
Em sentido inverso, quase três quartos dos utentes comparam os medicamentos genéricos aos fármacos originais em termos de “qualidade, eficácia, segurança e controlo”. Paralelamente, 17% dos utentes inquiridos revelam que têm “algumas preocupações” sobre os medicamentos genéricos, como a “alegada menor eficácia”.
Cerca de dois em cada três inquiridos revelou que opta sempre pela compra dos medicamentos genéricos, dado que consideram estes produtos “mais baratos”. Contudo, 15% do total de participantes reprova a utilização destes produtos.
Já 96% dos farmacêuticos comunitários inquiridos admitiram recomendar a compra de substâncias terapêuticas genéricas, dado que “possuem características idênticas aos medicamentos de referência”.
Esta investigação, realizada pela GfK Metris entre março e abril deste ano, envolveu uma amostra total de 801 utentes, com 55 ou mais anos, 300 médicos de Medicina Geral e Familiar e 300 farmacêuticos comunitários que trabalham em Portugal continental.
Os resultados do inquérito demonstram que 85% dos utentes e 80% dos médicos de família consideraram os medicamentos genéricos como uma “vantagem positiva ou muito positiva”, dado o “preço acessível” destas substâncias.
No inquérito, divulgado no evento “Desafios Genéricos da Saúde”, os médicos apontaram as “condições económicas dos utentes” como o principal fator para a prescrição destas soluções terapêuticas. Os autores do estudo alertam, no entanto, para a existência de “demasiadas marcas” e para a “flutuação de preços”.