APORMED: Dívida do SNS «é a maior culpada» pela crise no setor
01 de setembro de 2017 Várias empresas de dispositivos médicos em Portugal deslocalizam a maioria dos seus serviços, havendo «centenas de despedimentos», explicou, numa entrevista ao jornal “Público”, o presidente da APORMED. João Gonçalves considera que a dívida do SNS «não é a única, mas é a maior culpada» por esta situação. «Há hospitais a demorar mais de dois anos a pagar», revelou o dirigente, dando como exemplo os centros hospitalares de Setúbal, Médio-Tejo e Lisboa-Norte. A dívida do SNS às empresas de dispositivos médicos ultrapassou os 300 milhões de euros, segundo as contas da APORMED. «Tudo está pior do que no ano passado e não há soluções à vista. As empresas não conseguem ter uma actividade normal. A maioria endivida-se. Outras, para evitarem a insolvência, juntam-se a outras empresas, a maioria espanholas», explicou João Gonçalves. A «iberização» do setor é «fortíssima». «Mas quando uma empresa se iberiza, vai tudo para o outro lado», afirmou. Na maioria dos casos, «não há a oferta» de levar malas e bagagens para o país vizinho. «As pessoas são despedidas. Em cerca de dois anos, houve várias centenas de despedimentos», concluiu. |