A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) está preocupada com a constante subida da taxa de inflação no setor da saúde e alerta para o impacto que pode ter no aumento dos custos dos fatores de produção e consequente abastecimento regular dos dispositivos médicos às instituições de saúde.
Segundo os dados mais recentes sobre a taxa de inflação disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Eurostat, a variação homóloga nos países da União Europeia situa-se nos 4.4% em fevereiro de 2022 (+1% acima do que foi registado no mês anterior), registando-se a taxa mais elevada desde março de 2001.
“Atualmente, todas as empresas estão a sujeitas a aumentos significativos e generalizados dos seus custos, em Portugal. O setor da saúde não é exceção e podemos estar perante um cenário de “tempestade perfeita” devido ao aumento exponencial do custo das matérias-primas, da energia e dos transportes que se tem vindo a verificar deste 2021, fruto do efeito da conjuntura pandémica. Nestas circunstâncias, podemos assistir à disrupção de fornecimento de alguns dispositivos médicos dada a grande imprevisibilidade e incerteza de garantir stocks adequados. A subida contínua da taxa de inflação, agravada pelos problemas já existentes na cadeia de abastecimento, pode ter um impacto preocupante e negativo para os doentes e para a saúde pública”, alerta João Gonçalves, Diretor Executivo da APORMED.
E acrescenta: “É primordial apelarmos para a necessidade de serem criadas condições para a estabilidade financeira das empresas, nomeadamente para o alívio da carga fiscal de impostos específicos sobre este setor, como é o caso da contribuição extraordinária sobre os fornecedores de dispositivos médicos às entidades do Serviço Nacional de Saúde”.
O setor dos dispositivos médicos nacional equivale a 1.500 milhões de euros. Este é um setor caracterizado por um forte e regular investimento na inovação, de forma a permitir o acesso dos doentes a terapias que garantem importantes ganhos em saúde.