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ARS: Risco de tuberculose desce na região Norte

24 de Março de 2016

O risco de contrair tuberculose na região Norte «tem vindo a descer de forma sustentada», atingindo predominantemente os concelhos do Litoral, refere um estudo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte hoje divulgado.

«O risco de contrair tuberculose na região Norte tem vindo a descer de forma sustentada, a um ritmo de cerca de 5,3% ao ano», uma descida superior à observada em Portugal, nomeadamente a que ocorreu entre 2013 e 2014 e que se situou em 5%, atingindo, refere o relatório da ARS.

O estudo “A Tuberculose na Região de Saúde do Norte – 2014”, que atualiza a situação epidemiológica, conclui que a doença «está mais concentrada no Litoral, em alguns concelhos do Grande Porto e da sub-região do Tâmega».

Segundo o estudo, o risco de contrair tuberculose concentra-se na população residente em Barcelos, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos, Porto, Maia, Valongo, Gondomar, Penafiel e Marco de Canaveses.

Em termos demográficos, a doença «continua a assumir uma maior magnitude nos indivíduos do sexo masculino, mas atinge as mulheres em idades mais jovens», sendo o risco de contrair tuberculose «mais elevado nos grupos etários com mais de 74 anos de idade».

Ao nível do tratamento, o sucesso terapêutico dos casos de tuberculose pulmonar diagnosticados fixou-se nos 84,6% em 2013 e nos 81,3% em 2014, ano em que foram registados 884 casos na região, dos quais 833 eram casos novos.

Do total de 884 casos de tuberculose registados em 2014, em 99 casos (11,2%) havia registo de «dependência do álcool», proporção mais baixa do que a registada em anos anteriores (14,3% em 2011, 14,2% em 2012, 13,7% em 2013).

Ainda em termos de fatores de risco, o estudo indica que o número de casos de tuberculose em indivíduos que consomem drogas por via intravenosa «tem vindo a descer de forma muito evidente nos últimos anos», passando de 195 casos em 2000 para 28 casos em 2014.

Já os dados relativos a internamentos hospitalares de doentes com tuberculose «têm vindo a descer a um ritmo superior ao observado para o total de casos de doença registados na comunidade, tendo atingido em 2014 um valor mais baixo do que seria expectável, quando comparado com o ano precedente».

«Em resumo, a evolução da tuberculose na Região de Saúde do Norte tem sido, nos últimos anos, consistentemente favorável», conclui o relatório que acrescenta, contudo, a necessidade de uma «atenção redobrada sobre os fatores que explicam que os doentes interrompam o tratamento ou morram no seu decurso».

A ARS Norte lembra que «têm sido desenvolvidas na região estratégias de intervenção dedicadas aos grupos de maior risco», nomeadamente reclusos e utilizadores de serviços de tratamento de toxicodependência.

«Perspetiva-se, para os próximos anos, a manutenção dos bons resultados atingidos na região e o controlo da doença na comunidade», assinala.