De acordo com um estudo divulgado, mais de metade dos inquiridos desvaloriza a asma e três em cada quatro não conhecem todos os sintomas.
Este estudo, divulgado a propósito do Dia Mundial da Asma, que se comemora a 3 de maio, foi realizado por inquérito, entre 24 de março e 7 de abril, a mil pessoas, amostra de população proporcional aos censos 2011 nas categorias género, idade e distrito de residência.
Os dados mostram que 65,1% dos inquiridos considera normal um doente asmático ter uma crise de asma, mesmo estando medicado, e 66,6% não sabe que a gravidade de um ataque de asma pode ser comparável à de um ataque cardíaco.
Apenas 25,7% dos inquiridos identifica todos os possíveis sintomas da asma (falta de ar, tosse, sensação de aperto no peito, cansaço, tosse durante a noite e pieira).
Ana Mendes, coordenadora do grupo de interesse sobre asma na Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), explicou à agência Lusa que “as pessoas devem estar atentas a sintomas como a sensação de falta de ar, que normalmente descrevem como gatinhos ou pieira, mas também pode surgir como uma sensação de aperto no peito, como se tivessem algo pesado em cima do peito que os impedisse de respirar, ou até tosse, que se mantém no período da manhã, ou mais ao final do dia”.
A imunoalergologista explicou que, se as pessoas sentirem “alguma limitação nas suas atividades diárias (…), se andarem um pouco e ficarem mais cansados do que seria suposto” também é um sinal para “procurar ajuda e ver o que se passa”.
A especialista lembra também que “as infeções virais são principais fatores de risco para uma crise e para agravamento de sintomas” e que “se a pessoa não estiver controlada, pior vai ser, mais queixas terá e até pode desencadear uma crise grave”.
Inquiridos sobre se a asma é uma doença crónica, 82,8% sabem que sim, mas quando questionados sobre se a asma passa com a idade, apenas 65,4% reconhece que não.
“A asma pode ser, em termos de interferência na vida diária, o equivalente a uma diabetes ou insuficiência cardíaca, mas as pessoas não valorizam pois tendem a valorizar só os episódios de crise, minorando os intervalos em que podem estar bem, ou quase bem, e acham que não têm a necessidade de tratar e fazer a medicação para a controlar”, concluiu Ana Mendes, à Lusa.
Para alertar a população em geral para a importância de valorizar a doença, a SPAIC, em conjunto com a Associação Portuguesa de Asmáticos, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Plataforma Saúde em Diálogo, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (Nucelo de Estudos de Doenças Respiratórias), entre outras entidades, lançaram uma campanha, no âmbito do Dia Mundial da Asma.