Associação alerta para formação insuficiente de equipas do INEM 185

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) alertou hoje que as equipas do INEM têm “formação desadequada e insuficiente” e que apesar das medidas anunciadas “está ainda muito por resolver” no Instituto Nacional de Emergência Médica.

“As equipas que respondem detêm formação desadequada e insuficiente” e não têm competências que permitam melhorar o estado clínico do paciente, o que resulta num aumento da morbilidade e mortalidade, critica a associação num comunicado, citado pela Lusa.

A associação reagia hoje ao anúncio de quarta-feira do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos Centro de Orientação Doentes Urgentes (CODU), como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.

O INEM pretende integrar enfermeiros nos CODU para realização de determinadas funções, rever os procedimentos relativos à passagem de dados das equipas de emergência no terreno, assim como os fluxos de triagem do CODU e do SNS24 para transferência de chamadas entre estes serviços.

Para a ANTEM, é importante saber “com a maior brevidade possível” quais as funções que os enfermeiros vão desempenhar nos CODU.

A ANTEM vê com agrado as medidas de gestão dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), atendendo a que existem demasiados TEPH no exercício de funções não operacionais, defendendo que devem ser alocados a estas funções.

A associação alerta que o sistema tecnológico de triagem médica (Telephonic Triage and Couseling System (Tetricosy) não possui validação científica.

“Um dos seus criadores já terá publicamente assumido que esta ferramenta se encontra desadequada”, sublinha no comunicado.

 

Em resumo

Desde 30 de outubro que os técnicos de emergência pré-hospitalar estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que está a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

Pelo menos cinco pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.

O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.

A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que “o colapso” do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma “pressão extraordinária” nas corporações de bombeiros.