Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca lança inquérito para avaliar perceções dos doentes 249

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), com o apoio da Bayer, acaba de lançar um inquérito que pretende avaliar atitudes e perceções dos doentes face à insuficiência cardíaca (IC), bem como as suas necessidades, expectativas e satisfação relativamente aos cuidados de saúde recebidos. O inquérito avalia as várias dimensões desta patologia e tem como público-alvo os doentes com insuficiência cardíaca, que tenham utilizado os cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos últimos 12 meses, e está disponível aqui: https://cawi.spirituc.com/index.php/911992?lang=pt

A caracterização clínica e sociodemográfica, o diagnóstico e acompanhamento, o impacto da doença nas várias esferas (Pessoal, Social e Profissional), o controlo e a gestão da doença, a educação, literacia e formação, a experiência pessoal, os desafios, os sucessos, as frustrações e os desejos e as atitudes e crenças em relação à doença são alguns dos parâmetros avaliados pelo questionário, que tem também como objetivo averiguar a perceção dos doentes face à saúde, à qualidade de vida e ao SNS.

“Queremos descobrir qual é a perceção das pessoas que vivem com IC, percebendo as suas necessidades e expectativas, bem como se estas estão a ter a resposta adequada. É crucial termos a ajuda de todos os que no último ano recorreram aos cuidados de saúde do SNS para percebermos o que podemos fazer para melhorar o paradigma desta doença”, explica Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC.

Em Portugal, cerca de 340 mil pessoas sofrem de IC, uma doença grave e crónica, e a previsão é que até 2035 existam 480 mil pessoas no país a sofrer desta patologia. Esta representa um fardo para os sistemas de saúde, sendo que, apesar dos tratamentos, as taxas de morbilidade e mortalidade continuam a ser elevadas. Mais de 30% dos doentes têm um evento de agravamento que leva à hospitalização, ou necessidade de tratamento imediato, e 20% destes morrem até dois anos após o evento.
Ou seja, no país, esta doença representa cerca de 53 mil episódios de atendimento urgente, dos quais 36 mil resultam em hospitalizações. Estes eventos têm assim um custo anual estimado de 405 milhões de euros.

“É urgente mudar este cenário, não só pela melhoria da qualidade de vida dos doentes, mas também pelo custo que estes episódios representam na despesa em saúde do país”, alerta o presidente da associação, reforçando a importância de evitar os episódios graves que levem à necessidade de hospitalizações ou re-hospitalizações.

Para o fazer, é importante que o doente aprenda a gerir a sua doença, estando atento aos sintomas e sendo acompanhado por um profissional de saúde. Além disto, a adesão à terapêutica é fundamental para uma melhor gestão da mesma.

O inquérito representa a fase 2 do estudo de perceções sobre insuficiência cardíaca na população portuguesa realizado pela Spirituc. Na primeira fase, foi realizado um questionário telefónico a 20 doentes entre março e maio de 2022, com o objetivo de recolher insights qualitativos relevantes para a realização do inquérito. Concluiu-se que 70% dos inquiridos não sabiam nada sobre a sua doença no momento em que esta lhes foi diagnosticada, sendo que mais de metade dos inquiridos apontam uma perda significativa da sua qualidade de vida.