Associação diz que estão por identificar 70% de doentes com hipertensão pulmonar
09-Maio-2014
A Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP), com sede na Mealhada, alertou ontem que mais de 70% dos doentes com hipertensão pulmonar estão por identificar devido a «diagnóstico mal feito».
De momento, há cerca de 300 doentes com hipertensão pulmonar a receber tratamento em Portugal, mas haverá «mais de 1.000» no país, advertiu Teresa Carvalho, da APHP, afirmando que «as pessoas não conseguem chegar a um diagnóstico correto por os sintomas, como a falta de ar e os lábios arroxeados, não serem apenas típicos desta doença».
Para além do mau diagnóstico, «os doentes estão a ser diagnosticados tarde de mais», o que «influencia a qualidade de vida» das pessoas com hipertensão pulmonar, explicou, referindo que «é necessário uma melhor formação dos profissionais de saúde» para «uma melhor triagem».
Segundo Teresa Carvalho, as dificuldades de acesso à saúde também influenciam os números de doentes não identificados, observando-se que a maior parte dos doentes a receber tratamento «vivem nos grandes centros urbanos, como Lisboa ou Porto».
«Para além de ser uma doença que traz várias complicações e de ser crónica», também há «muita gente que não é tratada porque os tratamentos são muito caros – cerca de cem euros por mês», constatou a responsável da associação, citada pela “Lusa”.
O Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, que se celebrou a 5 de maio, vai ser comemorado pela APHP no sábado, com várias iniciativas a decorrer na cidade do Porto, entre elas um flashmob, às 17:00, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com 58 crianças do Centro de Dança do Porto.
«As crianças vão estar com os lábios pintados de azul [um dos sintomas] e vão erguer o slogan da associação: “perca o fôlego pela hipertensão pulmonar”», contou Teresa Carvalho.
Às 9h00, vai-se realizar uma prova de cicloturismo pelas ruas do Porto e às 12:00 «uma mega aula de zumba», avançou.
A APHP celebra o dia «com atividades físicas, porque estas deixam as pessoas ofegantes. O que serve para mostrar como os doentes se sentem todos os dias, a realizar coisas simples como a subida de um degrau de escadas», disse a responsável.