Associação recolhe medicamentos em Portugal para combater escassez na Venezuela 18 de Maio de 2016 A Venexos, associação de apoio a emigrantes venezuelanos em Portugal, quer recolher, até julho, 150 quilos de medicamentos para enviar para a Venezuela, anunciou ontem o presidente da organização. A associação lançou há um mês a campanha “Medicamentos para a Venezuela”, que «está a ser um sucesso», disse à “Lusa” o presidente, Christian Höhn. A Venexos distribuiu cem caixas em estabelecimentos comerciais em todo o país – continente, Madeira e Açores -, para responder à escassez de medicamentos na Venezuela. Os pontos de recolha estão indicados na página da associação na internet. Entre os produtos esgotados naquele país encontram-se antibióticos pediátricos vitaminas, calmantes, analgésicos, cremes ou medicamentos para diabetes e Parkinson, entre outras doenças. Christian Höhn foi um dos participantes, ontem em Lisboa, no debate “Falemos de Venezuela”, onde alertou para a falta de medicamentos no seu país. «Recebemos, nas redes sociais e na nossa página na internet, 70 a 80 pedidos de ajuda por dia. Fui contactado há duas semanas pelo chefe de pediatria de um hospital em Caracas a pedir ajuda para obter leite adaptado. Só este ano já morreram 23 bebés por falta de fórmula láctea», relatou, visivelmente perturbado. «As pessoas estão a morrer por não terem acesso a medicação», disse. O presidente da Venexos descreveu que um médico venezuelano veio para Portugal «simplesmente porque perdeu a força de vontade de estar na Venezuela, porque vê os doentes a morrer». Por outro lado, há pessoas que estão a obter medicamentos de forma ilegal e gastam até 10 vezes o salário mínimo nacional para, por exemplo, tratar a diabetes. Höhn contou ainda o caso de uma mulher que deixou a Venezuela com o filho, com leucemia, porque recebeu a garantia de que em Portugal conseguiria tratar aquela doença, o que não estava a acontecer na sua terra natal. «Há uma quantidade insuportável de faltas e carências no país», lamentou. O Governo venezuelano declarou, na segunda-feira, oficialmente o «estado de exceção e de emergência económica» em todo o país, uma norma com que o Presidente, Nicolás Maduro, pretende fazer frente a alegadas ameaças à sua administração. |