Associações de doentes defendem o direito de todos no acesso aos cuidados de saúde 821

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Careca Power, a EVITA – Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, a RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da AstraZeneca, juntaram-se numa campanha de sensibilização, com o intuito de relembrar que “o acesso aos cuidados de saúde é um direito de todos”.

Esta campanha de sensibilização pretende alertar para a importância de se encontrar uma solução que permita dar resposta à pandemia, sem colocar em causa o acompanhamento aos outros doentes, e é sustentada por um estudo realizado que concluiu que cerca de 60% dos portugueses se sente seguro ou relativamente seguro nas deslocações aos serviços de saúde, e como tal não há a necessidade de adiar rastreios, exames, consultas ou tratamentos.

O inquérito realizado durante o primeiro Estado de Emergência, indica que apenas 28,8% dos portadores de doença crónica, como diabetes, doença cardíaca, doença respiratória ou doença oncológica, recorreram a um serviço de saúde para uma consulta ou tratamento.

Depois do fim do primeiro Estado de Emergência, a percentagem subiu para cerca de metade, com 53% a confirmar terem recorrido a um serviço de saúde, com apenas 5,8% a admitir ter faltado por receio da pandemia. Dos que se deslocaram, 67% considerou segura ou relativamente segura essa ida.

As associações de doentes que se unem nesta campanha, defendem, em comunicado divulgado, que “os dados deste inquérito confirmam que não é o medo da pandemia que tem impedido os doentes e a população em geral de acederem aos cuidados de saúde. As pessoas querem voltar a ser atendidas presencialmente, querem ter resposta para os seus problemas de saúde, que nada têm que ver com a covid-19. Enquanto associações de doentes, é nosso dever alertar e sensibilizar para esta situação e fazer ouvir a nossa voz, reforçando que só trabalhando em conjunto poderemos encontrar uma solução que permita dar resposta à pandemia, sem colocar em causa o acompanhamento de outros doentes, nomeadamente, os crónicos”.

Com estas premissas, as associações de doentes mostram-se “disponíveis para fazer parte da solução” esperando “ser ouvidas, a par de outras entidades do setor da saúde, na qualidade de representantes dos doentes crónicos”.