Astellas Farma: Fidaxomicina reduz taxas de recorrência de CDI 883

Astellas Farma: Fidaxomicina reduz taxas de recorrência de CDI

02 de dezembro de 2014

A Astellas Farma divulgou que um estudo realizado em contexto real em doentes com CDI (infeção por Clostridium difficile) mostra que o uso de fidaxomicina em 1.ª linha é clinicamente efetivo na redução das taxas de recorrência e diminuição da mortalidade, proporcionando poupança de custos no tratamento da infeção.

A análise no contexto real, que avalia os antibióticos disponíveis para o tratamento da CDI no Reino Unido, suporta as conclusões retiradas dos ensaios clínicos que destacam a redução abrupta das taxas de recorrência (74% de redução relativa) nos doentes tratados com fidaxomicina em 1.ª linha, quando comparados com os doentes tratados com a terapêutica standard, vancomicina e metronidazol.

Simon Goldenberg, consultor microbiologista e médico de controlo de infeções na Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, comentou este estudo, num comunicado: «A análise da avaliação destes serviços destacava a melhoria potencial dos resultados que poderiam ser atingidos com esta nova abordagem na gestão da CDI. Esta análise apoia o consenso crescente de que a fidaxomicina deve ser usada em 1ª linha em todos os doentes diagnosticados com CDI para reduzir a recorrência, melhorando os resultados dos doentes e por último poupando recursos valiosos do Serviço Nacional de Saúde (NHS)».

Foram recolhidos dados durante um período de 12 meses de uma comparação feita entre 107 doentes tratados com fidaxomicina em 1.ª linha e um estudo de coorte retrospetivo a doentes tratados com terapêutica standard (vancomicina ou metronidazol) durante o período dos 12 meses precedentes. No grupo tratado com fidaxomicina em 1.ª linha, além da redução significativa na recorrência relativa, ocorreu também uma redução da mortalidade a 28 dias por todas as causas quando comparado com os tratamentos mais antigos (7,6% vs. 23,3% respetivamente).

A recorrência é o maior desafio no tratamento do CDI, uma vez que estudos anteriores demonstram que os doentes que já tiveram um episódio de CDI têm 40% de risco de desenvolver recorrências. É importante salientar que, neste estudo em contexto real, não existem segundos episódios de CDI notificados em  doentes tratados com fidaxomicina quando comparado com os 23,8% de segundos episódios de CDI nos doentes tratados com terapêutica standard.

«A CDI é uma infeção bacteriana potencialmente mortal que não só causa sofrimento nos doentes mais vulneráveis, como também tem sérias implicações nos custos para os sistemas de saúde», explicou o professor Oliver Cornerly, da University Hospital Cologne, na Alemanha.

Na Europa tanto a incidência como a gravidade da CDI têm vindo a aumentar, tornando-se numa grande ameaça para os sistemas de saúde e para os doentes. Existe informação que sugere que são diagnosticados aproximadamente 300.000 casos por ano na Europa e que desses casos 9% resultam na morte (2% causa primária, 7% comorbilidade). Estes dados sugerem que a CDI contribui para a morte de cerca de 27.000 pessoas por ano, ou 2.250 por mês na Europa, o que é cinco vezes mais do que as mortes associadas Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM).