AstraZeneca mostra força perante a proposta da Pfizer
07-Maio-2014
Previsões de crescimento a longo prazo apresentadas esta terça-feira pela farmacêutica britânica indicam receitas anuais de 45 mil milhões de dólares até 2023. Novos medicamentos deverão impulsionar as vendas.
A AstraZeneca anunciou esta terça-feira uma previsão de crescimento das vendas a longo prazo. Em comunicado citado pela “Bloomberg”, a farmacêutica britânica adiantou que, com esse aumento, espera atingir receitas anuais de 45 mil milhões de dólares (cerca de 32 mil milhões de euros) até 2023.
A subida «forte e consistente» nas vendas deverá verificar-se a partir de 2017, uma vez que nos próximos três anos a Astrazeneca enfrenta um recuo nas receitas devido à perda de patentes, explicou a “Reuters”. Em 2017, o crescimento será então impulsionado pelos novos medicamentos para o cancro, diabetes, problemas cardíacos e vasculares.
Os novos objetivos financeiros, integrados numa apresentação realizada aos investidores, pretendem evidenciar «o potencial de criação de valor» da empresa, assegurando aos mesmos o potencial da AstraZeneca de ter sucesso como laboratório farmacêutico independente, indicou o “Jornal de Negócios”.
Os novos dados surgem depois de a AstraZeneca ter recusado, na passada sexta-feira, a proposta de compra da Pfizer, orçada em 106 mil milhões de dólares (cerca de 77 mil milhões de euros). A farmacêutica alegou que a oferta da empresa norte-americana subvalorizava o potencial dos medicamentos que a AstraZeneca se encontra a desenvolver. A possível aquisição está a marcar não só o setor farmacêutico mas também a vida política do Reino Unido, com a “Reuters” a noticiar que o Parlamento britânico quer ouvir os representantes das duas empresas. Ontem, foi a vez do líder do Partido Trabalhista acusar David Cameron de estar a agir como «apoiante» da Pfizer no negócio.
Segundo a “Reuters”, a maior farmacêutica britânica registou vendas de 25,7 mil milhões de dólares (18,5 milhões de euros) em 2013. Ontem, a Pfizer anunciou uma queda das suas receitas em 15% no primeiro trimestre de 2014.