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Aumenta diagnóstico de doenças reumáticas em crianças e jovens

15 de Janeiro de 2016

Cerca de 10% dos 14 mil doentes reumáticos portugueses inseridos no Registo Nacional iniciaram a doença em idade pediátrica, com o número de crianças e adolescentes diagnosticados com patologias reumáticas a crescer nos últimos anos.

«Com a maior divulgação e alerta dos profissionais de saúde, o diagnóstico destas doenças nas crianças tem crescido, mas não sei se corresponde a um crescimento real destas doenças», referiu à agência “Lusa” a médica Filipa Oliveira Ramos, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

No Registo Nacional de Doenças Reumáticas, 10% das pessoas iniciaram a patologia antes dos 18 anos. Dos 14 mil casos, mais de 800 correspondem a menores de 16 anos (6,3% do total) e só no ano passado foram registados 200 doentes em idade pediátrica.

As doenças reumáticas juvenis são consideradas patologias raras na globalidade das doenças da infância, com uma estimativa de um caso em cada mil crianças em idade escolar.

Já no caso dos adultos, o peso da doença reumática é mais significativo e 56% da população adulta apresenta queixas reumáticas. Contudo, apenas 22% desses doentes é que têm uma doença reumática diagnosticada.

«O diagnóstico destas doenças ainda está aquém. E isto, nas doenças reumáticas juvenis, torna-se ainda mais importante, porque quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será a oportunidade de tratar estas doenças de forma adequada», afirmou Filipa Oliveira Ramos.

Mesmo tratando-se de doenças crónicas, a probabilidade de obter remissão (ausência de sinais e sintomas) vai aumentando com a referência precoce dos doentes a centros especializados, permitindo que possam crescer de forma adequada e sem consequências.

A importância de uma deteção precoce leva a reumatologista Filipa Oliveira a apelar aos pais para que estejam atentos a alguns sinais, como dor nas articulações, nomeadamente nas primeiras horas da manhã, ou grande rigidez articular.

As artrites idiopáticas juvenis são as doenças reumáticas mais frequentes até aos 18 anos e podem manifestar-se desde o primeiro ano de vida.

Esta temática vai estar hoje em debate numa sessão que junta em Lisboa especialistas em reumatologia pediátrica que pretendem ajudar a compreender estas patologias e promover uma uniformização, partilha e discussão de conhecimentos.