Mais de metade das mortes infantis que ocorreram no ano passado foram na fase neonatal, ou seja, até aos 28 dias de vida do recém-nascido, segundo dados divulgados pela Direção-geral da Saúde (DGS). O ano de 2018 registou o valor mais elevado de mortalidade infantil desde 2013.
Num comunicado da agência “Lusa”, a Ordem dos Médicos menciona que «a mortalidade infantil é um dos indicadores com evolução mais positiva no nosso país, motivo de referência a nível internacional. Sabemos que o aumento da idade média da maternidade e o maior recurso a tratamentos de fertilidade podem ter algum impacto negativo na mortalidade infantil. Ainda assim, este aumento merece uma rápida análise por parte do Ministério da Saúde para evitar um clima de desconfiança dos utentes em relação ao sistema de saúde». Por isso Miguel Guimarães, o bastonário, solicita com rapidez o pedido de «apuramento das causas» deste aumento à DGS.
Apesar de ainda serem dados provisórios, a DGS aponta para uma taxa de mortalidade infantil (até ao primeiro ano de vida) de 3,28 óbitos por cada mil nados-vivos, considerado dentro de valores de normalidade pela diretora-geral, apesar do valor superior em relação a 2017. «O número de mortes está dentro do que é expectável para o nosso país, de acordo com a nossa linha de base. [Em 2018] é uma taxa dentro da variação habitual da mortalidade infantil, estando dentro do que é esperado», afirma aos jornalistas Graça Freitas, a Diretora-geral.
Como referido pela fonte, Graça Freitas declarou ainda que 194 dos 289 óbitos infantis registados no ano que passou ocorreram na fase neonatal. Das 194 mortes neonatais, 100 tinham sido bebés prematuros de gestações com menos de 28 semanas, que são considerados os “grandes prematuros” e estão mais expostos ao risco de mortalidade e de complicações associadas.
Os dados relativos à taxa da mortalidade infantil de 2018 são ainda provisórios, porque a autoridade de saúde aguarda o número de nascimentos apurado pelo Instituto Nacional de Estatística. Ainda assim, Graça Freitas indica que não se deve fazer uma comparação dos dados de 2018 apenas com o ano prévio, até porque 2017 foi um ano com mortalidade infantil «anormalmente baixa», referindo dados de 2016, em que em Portugal faleceram 283 até ao primeiro ano de vida.